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Documentário da Netflix revela falhas da OceanGate

Robert McCallum, ex-líder de expedições da OceanGate e experiente explorador submarino, faz revelações importantes sobre a abordagem da empresa em um novo filme. Uma das estratégias discutidas por ele é a mudança na classificação dos passageiros para “especialistas da missão”. Essa mudança na terminologia não é inocente, pois as regras marítimas dos Estados Unidos possuem exigências diferentes para tripulantes e passageiros pagantes, especialmente no que diz respeito à segurança e responsabilidade civil.

McCallum ressalta que, ao afirmar que todos a bordo eram “especialistas voluntários”, mesmo cobrando US$ 250 mil por pessoa, o fundador da OceanGate, Stockton Rush, criava um vazio legal que permitia à empresa operar sem seguir os padrões exigidos para embarcações comerciais. Ele explica que essa manobra linguística eliminava a classificação de “passageiro”, o que, por sua vez, desmantelava a proteção regulatória destinada a essas pessoas.

O documentário mostra que essa estratégia foi parte de uma abordagem audaciosa de “pedir perdão em vez de pedir permissão”. Rush se via como um inovador que queria desafiar modelos tradicionais, mas essa chamada “inovação disruptiva” se transformou em um desprezo perigoso por protocolos importantes, que são essenciais para garantir a segurança nas expedições.

A tragédia da implosão do submersível Titan em junho de 2023 ilustra de maneira trágica os limites dessa postura. O filme sugere que o incidente foi o resultado direto da combinação entre ambição desmedida, descaso com a segurança e uma complexa, mas vulnerável, estratégia que visava contornar as normas estabelecidas.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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