De infecção urinária a planejamento de funeral em meses

Uma mulher de 41 anos, que antes levava uma vida saudável, viu sua saúde se deteriorar de forma abrupta após tomar um antibiótico chamado Ciprofloxacino. Talia Smith, uma profissional de TI e cuidadora de seu marido, um veterano da Marinha dos Estados Unidos que ficou paralisado devido a uma lesão, desenvolveu complicações sérias após o uso desse medicamento, prescrito para tratar uma infecção urinária.
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Meses antes, Talia era ativa e cuidava de sua família. Mas após ser diagnosticada com uma infecção urinária, seu médico receitou Ciprofloxacino. Embora o médico tenha informado que o remédio era “seguro e eficaz”, a situação de Talia rapidamente se tornou crítica. Após a terceira dose do antibiótico, ela começou a sentir dores intensas pelo corpo, além de formigamento e dormência nas extremidades. No dia seguinte, não conseguia mais andar.
Ao buscar ajuda no pronto-socorro, Talia foi indagada se estava tomando o Ciprofloxacino. O médico alertou sobre os riscos graves associados ao fármaco, que possui um aviso de segurança elevado da FDA, conhecido como “Black Box”. Esses alertas destacam riscos sérios para a saúde e incluem efeitos colaterais como reações incapacitantes, tendinite, neuropatia periférica e efeitos no sistema nervoso central, que podem afetar a coordenação e saúde mental.
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Talia, que confiava nas informações recebidas e não encontrou nada no rótulo que indicasse esses riscos permanentes, voltou para casa sem resposta. Ela não melhorou; pelo contrário, seus sintomas pioraram, revelando uma condição de toxicidade por fluoroquinolona, também conhecida como “floxing”. Em 2016, a FDA já havia alertado que fluoroquinolonas não deveriam ser utilizadas para infecções urinárias simples quando existissem outras opções de tratamento viáveis.
Com o tempo, Talia desenvolveu a síndrome de ativação de mastócitos (MCAS), uma reação exagerada do sistema imunológico. Essa condição a fez perder peso drasticamente, e em setembro de 2021, chegou a pesar apenas 27 quilos, sendo admitida em cuidados paliativos.
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Após longos meses lutando por sua vida, Talia começou a receber medicamentos para estabilizar sua condição e, embora ainda enfrente uma série de sintomas debilitantes, atualmente requer cuidados contínuos. Ela se encontra acamada e depende de uma cadeira de rodas para se deslocar em suas visitas médicas.
Diante da situação, seu pai criou uma campanha no GoFundMe para ajudar a cobrir as despesas médicas, já arrecadando mais de R$ 120 mil. Talia perdeu sua carreira, independência e qualidade de vida em um curto espaço de tempo, levantando questões sobre a segurança de certos medicamentos.
Para aumentar a conscientização sobre a toxicidade por fluoroquinolonas, Talia tem utilizado suas plataformas nas redes sociais, como TikTok e Instagram, e criou um site com informações sobre “floxing”. Além disso, lançou uma petição para garantir que os pacientes recebam informações adequadas sobre os riscos dos antibióticos fluoroquinolonas antes de utilizá-los.
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