Crescimento da Cracolândia na avenida Pacaembu em uma semana

A formação de uma cracolândia na avenida Pacaembu, localizada na zona oeste de São Paulo, tem crescido rapidamente. O número de usuários de drogas no local, que era de cerca de 10 pessoas no dia 25 de agosto, dobrou em apenas uma semana, com mais de 20 homens e mulheres ocupando a calçada na tarde de segunda-feira, 1º de setembro.
A situação chamou a atenção dos funcionários da Receita Federal, que possuem um prédio em frente à área afetada. O edifício abriga duas delegacias, uma voltada para fiscalização e outra para atendimento a pessoas físicas. Ao perceber o aumento da presença de dependentes químicos, a Receita Federal comunicou rapidamente as autoridades policiais sobre a possibilidade da realização de atividades ilícitas no local.
Foram feitas tentativas de contato com os governos municipal e estadual para obter esclarecimentos sobre as medidas que estão sendo tomadas, mas as respostas foram genéricas. As administrações do prefeito Ricardo Nunes e do governador Tarcísio de Freitas afirmaram que estão monitorando a situação na região, oferecendo apoio e combate ao tráfico de drogas, sem entrar em detalhes sobre o alerta feito pela Receita.
A falta de policiamento visível na área é uma preocupação, pois as viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar não estão presentes de forma constante, ao contrário de outras regiões. Isso resulta em um cenário onde os usuários permanecem na avenida Pacaembu, apenas saindo durante a limpeza realizada pela prefeitura, que ocorre diariamente entre as 15h e 16h. Assim que as equipes se afastam, o consumo de crack recomeça sem constrangimentos.
Na noite de segunda-feira, foram observadas barracas de camping montadas e muito lixo no local. A droga estava sendo entregue de bicicleta, contribuindo para a desestruturação da área. O trecho escolhido pelos usuários está situado no limite entre as subprefeituras da Sé e da Lapa.
Diferentemente do que foi visto na semana anterior, não havia usuários concentrados na ciclovia sob o Minhocão, que passa entre as ruas Conselheiro Brotero e Tupi. A avenida Rio Branco, adjacente à favela do Moinho, também estava limpa e sem a presença de moradores de rua.
A Prefeitura de São Paulo destacou que realiza um trabalho contínuo para oferecer tratamento e atendimento social às pessoas em situação de vulnerabilidade devido ao uso de drogas e álcool. Segundo a administração municipal, equipes de assistência social percorrem pontos de ocupação momentânea na cidade em busca ativa de pessoas em situação de rua. São 1.600 agentes da Saúde e da Assistência Social realizando abordagens diariamente.
Além disso, a Guarda Civil Metropolitana garante o policiamento comunitário 24 horas por dia, trabalhando para oferecer segurança à população. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) também afirmou que acompanha de forma contínua as áreas onde há uso de drogas, promovendo ações conjuntas entre a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana.
A SSP destacou que o tema é constantemente discutido entre diferentes órgãos públicos para coordenar medidas eficazes nos principais pontos de atenção da cidade, com o objetivo de combater o comércio e o consumo de drogas ilícitas.