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Corte pela metade na compra de F-35 pela Força Aérea

A Força Aérea dos Estados Unidos planeja reduzir pela metade a compra de caças F-35A para o ano fiscal de 2026, de acordo com um esboço do orçamento de defesa apresentado pela Casa Branca. Tradicionalmente, a força aérea adquire cerca de 48 desses caças por ano, com algumas compras ultrapassando 60 unidades. No entanto, um documento orçamentário revelado mostra que o plano para 2026 inclui a aquisição de apenas 24 F-35A, totalizando quase 4 bilhões de dólares.

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Essa quantidade é menor do que as 44 unidades previstas para este ano, que custam cerca de 4,8 bilhões de dólares, e também das 51 compradas em 2024, que somaram 5,5 bilhões de dólares. Apesar da redução significativa no número de caças, a economia projetada para o orçamento de 2026 é inferior a 18% em relação ao custo de 2025, indicando que a redução nas compras pode impactar a eficiência econômica do programa.

A divulgação tardia dos documentos orçamentários é incomum, especialmente para uma nova administração. Geralmente, orçamentos propostos para o ano fiscal seguinte são apresentados formalmente na primavera, acompanhados de briefing detalhando os planos de gastos. No entanto, a administração atual ainda não divulgou a proposta completa para 2026, apresentando apenas uma visão geral das intenções de gastos.

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Enquanto isso, um subcomitê da Câmara dos Representantes, responsável por apropriações de defesa, avançou com sua própria versão de um projeto de lei de gastos para o Departamento de Defesa. Esse projeto prevê 4,5 bilhões de dólares para que a Força Aérea compre 42 F-35A, além de 1,9 bilhão para o Corpo de Fuzileiros Navais adquirir 13 F-35B, que podem decolar e pousar verticalmente. Também foram alocados 2 bilhões de dólares para a Marinha e os Fuzileiros Navais comprarem a variante F-35C.

Nos últimos anos, a Força Aérea já tinha buscado reduzir algumas compras de F-35, em parte devido a insatisfações com atrasos em atualizações críticas, conhecidas como Tecnologia Refresh 3. Contudo, essa drástica diminuição nas aquisições pegou muitos de surpresa. Líderes da Força Aérea enfatizam continuamente que o F-35 é essencial para sua frota de caças, descrito por alguns como um “quarterback” que integra diversos recursos por meio de suas capacidades avançadas de compartilhamento de dados.

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A frota de caças da Força Aérea está envelhecendo rapidamente, com os antigos F-15 e F-16 sendo retirados de operação. Os altos comandos da Força Aérea frequentemente afirmam que são necessários pelo menos 72 novos caças por ano para modernizar a frota e reduzir a média de idade dos aviões.

Adquirir apenas 24 F-35A, juntamente com 21 caças F-15EX também planejados, deixaria a Força Aérea longe de sua meta. Em planos orçamentários futuros divulgados no ano passado, a Força Aérea já havia proposto comprar 42 F-35A em 2026, com planos de aumentar para 47 nos anos seguintes e 48 em 2029, totalizando 1.763 unidades no futuro.

Especialistas alertam que essa redução drástica nas compras poderia prejudicar seriamente a capacidade de modernização da frota de caças da Força Aérea. Um destacado diretor de um instituto de estudos aeroespaciais afirmou que essa mudança tornaria a situação insustentável, colocando em risco a manutenção do fornecimento de recursos e a capacidade de produção.

A adesão a um número constante de aquisições é fundamental para estabilizar a base de fornecedores do F-35, que inclui mais de 1.900 empresas. Sem metas claras, essa rede de fornecedores enfrentaria inseguranças, impactando a produção e o abastecimento.

Embora fatores como o aumento das despesas estejam levando o Pentágono a considerar cortes, muitos acreditam que o Congresso acabará por restaurar o ritmo normal de aquisição dos F-35. O ambiente político em torno do programa, que já atrai críticas de figuras proeminentes, pode ter um impacto significativo nas decisões futuras.

O impacto dessas notícias também se refletiu no mercado, com as ações da Lockheed Martin, fabricante do F-35, apresentando uma queda imediata superior a 6%, embora a empresa tenha conseguido recuperar parte da perda. Até o momento, a Força Aérea não se pronunciou sobre o assunto.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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