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Coco Gauff e o segundo saque como chave para o sucesso

Coco Gauff iniciou sua participação nas Finais da WTA em Riade com um jogo difícil contra Jessica Pegula. No começo da partida, Gauff enfrentou dificuldades no primeiro set, mas conseguiu se recuperar e chegou a ter um ponto de set a seu favor no segundo set, marcando 6 a 5 no saque. No entanto, três erros consecutivos, com três duplas faltas, mudaram a trajetória do jogo, permitindo que Pegula recuperasse o break sem precisar tocar na bola.

Esse momento reflete os desafios que Gauff enfrentou nas últimas semanas de uma temporada atípica. Apesar de ter conquistado seu segundo título de Grand Slam no Aberto da França em junho, derrotando a número um do mundo, Aryna Sabalenka, os últimos meses foram complicados para a jovem tenista. Além do título em Wuhan no mês passado, ela enfrentou uma série de dificuldades, especialmente relacionadas ao seu segundo saque.

Conhecida por seus talentosos golpes, Gauff vem enfrentando uma taxa elevada de erros na segunda bola. Em 2023, sua porcentagem de duplas faltas é a maior entre as 50 melhores jogadoras do mundo, chegando a 9,9%. Isso representa uma fraqueza significativa em um esporte onde os detalhes fazem a diferença, já que Gauff entrega cerca de 10% de seus pontos de serviço de graça.

Apesar das dificuldades no saque, Gauff se destaca em outras áreas. Sua defesa, atletismo e backhand são notáveis, e ela apresenta uma inteligência tática no jogo. Embora seu forehand seja inconsistente, sua habilidade em retornar saques a coloca entre as melhores jogadoras, vencendo quase 47% dos pontos de retorno e 68,6% de seus primeiros serviços.

As complicações surgem, então, com seu segundo saque, onde Gauff é uma das piores desempenhadoras entre as top 50. No entanto, excluindo as duplas faltas, ela é a segunda melhor em pontos ganhados com o segundo saque. Se conseguir reduzir seu número de erros, seus resultados em quadra devem melhorar consideravelmente.

Após uma série de apresentações frustrantes, que incluíram 23 duplas faltas em um único jogo contra Danielle Collins em Montreal, Gauff tomou a decisão de mudar de treinador. Poucos dias antes do US Open, ela se despediu de Matt Daly e contratou o especialista em biomecânica do tênis, Gavin MacMillan. Juntos, eles realizaram alterações significativas na técnica do saque, focando na posição dos joelhos e na postura.

Essa mudança de treinador em cima da hora é incomum entre jogadoras de alto nível e trouxe pressão extra para Gauff durante o torneio em Nova York. Ela enfrentou dificuldades emocionais, chegando a chorar em quadra durante uma de suas vitórias e acabou eliminada nas quartas de final por Naomi Osaka.

Embora tenha perdido para Pegula, Gauff, que ocupa atualmente a terceira posição no ranking, ainda possui chances de avançar nas Finais da WTA, onde é a campeã defensora. Contudo, a evolução de seu jogo nos próximos anos é o que realmente importa. Um bom exemplo é o caso de Sabalenka, que, há três anos, também passou por dificuldades com seu saque, mas conseguiu melhorar substancialmente.

Apesar dos desafios, Gauff demonstra estar consciente da necessidade de desenvolvimento como atleta. Se seu trabalho com MacMillan for bem-sucedido, ela pode se preparar para conquistar mais títulos importantes no futuro.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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