Clínica interditada após morte em lipo no RJ; Cremerj investiga
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) iniciou uma investigação sobre a morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, ocorrida durante uma lipoaspiração na segunda-feira, 8 de outubro, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O processo de sindicância está sendo realizado em sigilo e segue as normas do Código de Processo Ético-Profissional.
Na terça-feira, 9 de outubro, a clínica Amacor, onde a cirurgia foi realizada, passou por uma fiscalização conjunta realizada pelo Cremerj, pela Delegacia do Consumidor (Decon) e pela Vigilância Sanitária. Durante a inspeção, foram encontrados medicamentos vencidos no centro cirúrgico, na farmácia da clínica e no carrinho de parada cardiorrespiratória utilizado para emergências. Além disso, foram localizados produtos sem identificação de validade e origem, o que representa um risco significativo para a saúde de pacientes e consumidores.
Como resultado das irregularidades encontradas, a clínica foi interditada. Duas mulheres, que se identificaram como gerentes, foram detidas e levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.
O enterro de Marilha está agendado para a tarde de quarta-feira, 10 de outubro, no cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador. Ela trabalhava como técnica de segurança do trabalho em uma empresa de aviação e havia completado 28 anos no dia 1º de setembro. Segundo familiares, a escolha pela cirurgia foi um presente de aniversário, um desejo antigo da jovem. Ela deixou um filho de seis anos.
De acordo com parentes de Marilha, a paciente passou por exames pré-operatórios e estava acompanhada pelo pai e pela irmã no dia da cirurgia. Cerca de três horas após o início do procedimento, a família observou uma movimentação incomum e os profissionais tentando reanimá-la. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas Marilha não sobreviveu.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi uma ação perfuro-contundente e hemorragia interna. Em resposta às acusações de negligência feitas pela família, a clínica Amacor emitiu uma nota lamentando a morte da paciente. A clínica informou que a cirurgia foi realizada por uma equipe médica terceirizada e que ela própria apenas fornece a estrutura e orientação necessárias. Além disso, enfatizou que o centro cirúrgico conta com dispositivos de emergência e protocolos para atendimento imediato.