Frota brasileira de veículos envelhece sem perspectiva de renovação

A frota de veículos no Brasil é assunto sério e, pelo jeito, não está muito animadora. O Sindipeças vem fazendo um trabalho bem detalhado para entender como andam os carros que rodam por aqui. Sabe aquela história de que os números da Senatran mostram só o que chega na “certidão de nascimento” e não falam nada da hora de dar tchau? Pois é, é um pouco por aí.
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A burocracia acaba complicando a vida de quem quer dar baixa de um veículo. No final da vida útil, muitas vezes, o último dono não tem ideia de como fazer isso ou acaba desmotivado com todo o trâmite. Então, estamos com um cenário onde a idade média dos nossos carros só está aumentando.
Em 2024, tínhamos oficialmente 123,97 milhões de veículos no Brasil, mas essa conta inclui tudo: motos, reboques, e por aí vai. No entanto, o Sindipeças calcula a frota de uma maneira mais realista e chegou à soma de 62,1 milhões, entre carros e motocicletas. Olha que curioso: estamos falando de um aumento modesto de 0,8% por ano entre 2016 e 2023, mas no salto de 2023 para 2024, esse número pulou para 2,8% — com as motos puxando a fila.
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Agora, o que realmente chama a atenção é o envelhecimento desses veículos. A quantidade de carros novos, com até cinco anos, despencou de 38,5% em 2015 para apenas 22,3% este ano. Em números absolutos, isso agora equivale a 10,7 milhões de carros — uma queda significativa. Enquanto isso, os veículos com mais de 16 anos já representam 23,8% da frota atual. Para se ter uma ideia, a idade média dos carros deu um pulo de 8 anos e 10 meses em 2015 para 11 anos e 2 meses agora. E as motos? Em 2015, 85% delas tinham até 10 anos, mas esse número foi para 65% no último levantamento.
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Seria ótimo ter um programa de reciclagem que ajudasse na renovação da frota e obrigasse uma inspeção técnica nos veículos. No entanto, essa temática ainda parece estar esquecida no fundo da gaveta, e poucos têm coragem de tocar no assunto. A questão é preocupante, tanto para a segurança no trânsito quanto para a poluição e a economia de combustível.
Para dar uma ideia da nossa realidade, hoje temos 4,4 habitantes por carro, bem longe do que vemos em países como Argentina e México, que têm, respectivamente, 2,6 e 2,4. É, ainda temos um longo caminho pela frente.
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