China e EUA: Xi Jinping se encontra com Kim Jong Un e Putin

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, esteve presente em um desfile militar em Pequim, ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e do presidente da China, Xi Jinping. Essa imagem simboliza uma importante vitória diplomática para Xi, que busca fortalecer a influência da China no cenário internacional. A China é a segunda maior economia do mundo e, com essa presença, Xi tenta se afirmar como um jogador chave nas questões globais, especialmente em um momento em que as relações comerciais estão em crise, devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Enquanto um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia ainda parece distante para os EUA, Xi se prepara para receber Putin em Pequim. A presença de Kim no desfile, anunciada de forma repentina, intensifica a importância do evento. Recentemente, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, expressou desejo de se reunir novamente com Kim, mas suas tentativas anteriores de diplomacia não resultaram em progresso significativo, mesmo após duas cúpulas.
Xi, por outro lado, parece estar em uma posição geopolítica vantajosa. Sua influência sobre Kim e Putin pode ser crucial em futuras negociações, especialmente na tentativa de encontrar uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia. O desfile, que será realizado no dia 3 de setembro, vai comemorar os 80 anos do triunfo da China sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial, marcando um momento histórico e de afirmação do poderio militar chinês.
A Casa Branca indicou que Trump pode estar na região no final de outubro e demonstrou interesse em se encontrar com Xi, o que adiciona urgência às discussões em andamento. Os líderes discutem vários temas, como o potencial acordo sobre tarifas, a venda do aplicativo TikTok nos Estados Unidos e como a China pode influenciar a Rússia a aceitar um cessar-fogo na Ucrânia.
A participação de Kim Jong Un no desfile em Pequim é significativa, já que ele não participava de um evento similar desde 1959. Desde que Xi e Kim se reuniram em 2019 para comemorar a aliança sino-coreana, os encontros entre eles foram escassos. Além disso, a participação de Kim ao lado de Putin e outros líderes reforça sua legitimidade no cenário internacional.
Embora a China busque manter uma postura neutra em relação à guerra na Ucrânia, os Estados Unidos afirmam que Pequim tem apoiado a Rússia, fornecendo componentes essenciais. Apesar das especulações sobre um possível esfriamento nas relações entre China e Coreia do Norte, a visita de Kim sugere uma continuação da aliança. A economia da Coreia do Norte é em grande parte dependente da China, que responde por quase 90% das importações de alimentos do país.
Para Xi Jinping, essa situação representa uma alavanca diplomática em sua relação com Washington, especialmente antes de uma possível cúpula com Trump. O tempo é um fator crítico nas negociações, e Xi busca garantir uma posição forte em relação ao que está por vir.
Nesse contexto, fica a questão sobre o papel que a China pode desempenhar em um futuro acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. Uma interrogação intrigante que permanece é se haverá um encontro entre Xi Jinping, Vladimir Putin, Kim Jong Un e Donald Trump.