Cármen Lúcia Antunes Rocha, de 71 anos, é a segunda mulher a integrar o Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil, cargo que ocupa desde 2006. A primeira mulher a fazer parte da Corte foi Ellen Gracie. Cármen Lúcia é conhecida por ser à frente de um dos gabinetes mais eficientes do tribunal, destacando-se como uma ministra discreta e com alta produtividade. Ao contrário de alguns de seus colegas, ela evita participar de eventos sociais, não costuma dar entrevistas e mantém uma influência política e jurídica limitada.
Nos julgamentos, Cármen Lúcia demonstrou um perfil complexo. Na votação do mensalão, ela absolveu 13 réus, mas é igualmente reconhecida por sua postura rigorosa. Em 2016, ela votou a favor da prisão após condenação em segunda instância e manteve esse posicionamento em 2019, quando o STF decidiu que a pena só deve ser cumprida após o trânsito em julgado. Essa abordagem a torna vista como uma punitivista, defendendo maior rigor nas penalidades.
Além de se concentrar em votos técnicos, Cármen Lúcia também se destaca por frases impactantes em seu discurso no plenário. Uma de suas declarações memoráveis foi sobre a proibição de biografias, na qual afirmou que “o cala boca já morreu”. Outra frase marcante ocorreu durante a decretação da prisão do ex-senador Delcídio do Amaral, quando disse: “escárnio venceu o cinismo”.
Recentemente, espera-se que Cármen Lúcia vote pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento relacionado a uma suposta trama golpista.
Natural de Montes Claros, em Minas Gerais, Cármen Lúcia formou-se na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais и começou sua carreira como professora na mesma instituição em 1983. Ingressou na Procuradoria do Estado e, em sua trajetória, foi procuradora-geral durante o governo de Itamar Franco. Sua atuação chamativa levou à sua indicação ao STF pelo então presidente Lula, assumindo a vaga deixada por Nelson Jobim.
