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Bispo Hernandes: cristãos têm espaço na política partidária

O apóstolo Estevam Hernandes, criador da Marcha para Jesus em 1993, tem uma visão diferente da maioria dos pastores sobre a política cristã. Ele acredita que não há uma única direção política para os cristãos, defendendo que é possível ser cristão tanto de direita quanto de esquerda.

Hernandes, que lidera a 33ª edição da marcha em São Paulo, ressalta que, apesar da existência de diferenças nas pautas políticas, não é razoável exigir que alguém não vote no Partido dos Trabalhadores (PT). Ele observa que a diversidade de opiniões e votos dentro da Igreja é natural.

Fundador da Igreja Renascer em Cristo, Hernandes apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 e manifestou que idealiza uma chapa presidencial para 2026, com Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, na presidência e Michelle Bolsonaro como vice. Ele também expressa interesse em ver Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, como governador do estado.

Ao longo das décadas de marcha, Estevam percebeu mudanças significativas na comunidade evangélica. Antes, havia muitas barreiras religiosas que dificultavam a união em eventos como a Marcha para Jesus. Hoje, a juventude ativa trouxe nova energia e participação social, mudando a imagem do cristão no Brasil.

O Censo de 2022 registrou um número de evangélicos menor do que o esperado, o que Hernandes considera uma falha nas informações. Ele acredita que, com o crescimento da comunidade evangélica, o percentual de fiéis na sociedade é maior que o que o Censo aponta, estimando cerca de 35% de evangélicos.

Esse crescimento, segundo ele, pode levar ao surgimento de evangélicos que não praticam religiosamente. Hernandes menciona o fenômeno dos “desigrejados”, pessoas que ainda seguem os princípios cristãos, mas optam por não frequentar uma igreja, o que ele considera preocupante.

Embora reconheça que a insatisfação com as instituições religiosas possa existir, ele acredita que a diversidade de igrejas permite às pessoas encontrar um lugar que se adeque à sua busca espiritual. Quanto à polarização política, Hernandes admite que isso pode ter afastado alguns fiéis que preferem não misturar religião com política.

Sobre a participação de Neymar na divulgação da marcha, o apóstolo argumenta que cada indivíduo tem sua trajetória e que não se deve julgar. Ele cita que, conforme na Bíblia, podemos ver jovens sendo usados por Deus, embora não considere apropriado que crianças assumam papéis de pastores.

Hernandes também menciona que, idealmente, a chapa que ele gostaria de ver em 2026 seria a de Tarcísio com Michelle. Sobre o governo de São Paulo, ele vê Ricardo Nunes como uma boa opção, caso Tarcísio não busque reeleição.

Por fim, Estevam Hernandes reitera a importância da política para a sociedade e enfatiza que a Marcha não é um evento político, mas uma celebração religiosa, permitindo que figuras políticas cristãs participem. Ele destaca que a marcha, embora tenha conotações políticas, é uma manifestação de fé em Jesus.

Esta é a trajetória e opinião de Estevam Hernandes, uma figura central no cenário evangélico brasileiro, que continua a moldar a percepção e a participação da comunidade no contexto social e político do país.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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