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A marca de azeite que a Anvisa acaba de proibir

A cena é um clássico da vida saudável. Você prepara aquela salada colorida e caprichada. E, para finalizar, rega tudo com um fio generoso de azeite de oliva extravirgem, o chamado “ouro líquido”, a gordura do bem que os médicos e nutricionistas tanto recomendam. É um ato de cuidado, um investimento na sua saúde.

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Nós vamos ao supermercado e, diante de uma prateleira com dezenas de marcas, escolhemos uma garrafa bonita, com um rótulo que promete qualidade e pureza. Confiamos na embalagem, no nome, no selo de “extravirgem”.

Mas, e se eu te dissesse que, muitas vezes, o que está dentro daquela garrafa não é azeite, mas sim uma mistura de óleos de soja e outros óleos de baixa qualidade, com corantes para enganar seus olhos?

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E que, nesta semana, a Anvisa acaba de proibir e mandar recolher das prateleiras uma marca de azeite por suspeita de ser um verdadeiro “veneno” disfarçado?

O ‘azeite fantasma’: a proibição da marca Vale dos Vinhedos

A Anvisa, a agência que fiscaliza a segurança dos alimentos no Brasil, agiu rápido e publicou no Diário Oficial da União a proibição da venda de todos os lotes do azeite de oliva extravirgem da marca Vale dos Vinhedos.

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A decisão foi tomada após uma investigação que revelou uma série de irregularidades gravíssimas:

  1. Origem Desconhecida: A Anvisa não conseguiu rastrear de onde o produto realmente vem, o que, por si só, já é um sinal de alerta máximo.
  2. Importadora ‘Fantasma’: A empresa que constava como importadora no rótulo está com o CNPJ suspenso na Receita Federal, ou seja, não opera legalmente.
  3. Fraude na Composição: Análises feitas em laboratório apontaram que a composição do produto é irregular, o que reforça a suspeita de que ele não é azeite de oliva puro, mas sim uma mistura adulterada.

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A ‘máfia’ do azeite: 20 marcas já foram proibidas só este ano

Se você acha que este é um caso isolado, prepare-se para o susto. A guerra contra a fraude no mercado de azeites está a todo vapor. Somente em 2025, 20 marcas diferentes de azeite já foram proibidas e retiradas do mercado no Brasil, seja pela Anvisa ou pelo Ministério da Agricultura.

Isso mostra que o problema é gigantesco, e que o consumidor precisa estar de olhos bem abertos para não ser enganado.

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O ‘manual anti-fraude’: como não comprar óleo de soja por preço de azeite

Para não levar um “veneno” para casa, você precisa se tornar um detetive de rótulos. Algumas dicas são infalíveis para te proteger:

  • Desconfie de preços milagrosos: Azeite de oliva extravirgem de qualidade tem um custo de produção alto. Se o preço na prateleira for muito, muito baixo em comparação com os outros, a chance de ser fraude é enorme.
  • Prefira garrafas de vidro escuras: A luz é um dos maiores inimigos do azeite, pois ela oxida o produto. Marcas de qualidade geralmente usam garrafas de vidro escuras para proteger o azeite. Desconfie de embalagens muito claras ou de plástico.
  • Verifique a data de envase: Azeite não é como vinho; ele não melhora com o tempo. Quanto mais novo e fresco, melhor. Procure sempre pela data de envase mais recente.
  • Consulte o ‘detetive’ do governo: O Ministério da Agricultura possui uma ferramenta online onde você pode consultar se a marca do azeite é registrada e fiscalizada.

A lição é clara: na hora de comprar azeite, o preço baixo pode custar muito caro para a sua saúde.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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