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Ataque dos EUA a núcleos do Irã gera polêmica e diálogo

O recente bombardeio dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã gerou uma grande disputa sobre os resultados dos ataques. Enquanto os Estados Unidos e Israel afirmam ter causado danos significativos ao programa nuclear iraniano, o Irã nega essas alegações e não fornece detalhes sobre a extensão dos possíveis danos. Neste contexto, o presidente americano, Donald Trump, anunciou um retorno às negociações sobre um acordo nuclear com o Irã, previsto para a próxima semana, embora tenha diminuído a urgência de um novo entendimento, afirmando que as capacidades nucleares do Irã teriam sido “totalmente obliteradas”.

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As negociações anteriores entre os países estavam suspensas desde um ataque israelense realizado em 13 de junho, que visava frear o programa nuclear do Irã, suspeito de ter fins militares, algo que Teerã nega. Semanas depois, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra três instalações nucleares no Irã, conhecidas como Natanz, Fordow e Isfahan. O objetivo dos EUA foi interromper a cadeia de produção nuclear do país, com a expectativa de atrasar seu programa o máximo possível.

No entanto, um relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, que faz parte do Pentágono, sugere que os danos não foram tão devastadores quanto afirmado. De acordo com o documento, os ataques impediram o acesso à instalação subterrânea de Fordow, mas não causaram um colapso estrutural. O impacto nos planos nucleares do Irã, segundo essa avaliação, seria um atraso de apenas alguns meses, não anos.

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Em sua declaração em uma cúpula na Holanda, Trump considerou os bombardeios como um “golpe devastador” contra as aspirações nucleares do Irã e comparou sua eficácia aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, sugerindo que os ataques foram fundamentais para pôr fim a um conflito recente entre o Irã e Israel. Ele afirmou que, se os EUA não tivessem realizado as ações, o conflito ainda estaria ocorrendo. No entanto, a falta de evidências concretas foi uma questão levantada durante os debates.

Trump foi seguido por outras autoridades dos EUA. O chefe do Pentágono afirmou que o programa nuclear do Irã foi completamente destruído e que o bombardeio causou danos irreparáveis. O secretário de Estado também se pronunciou, opinando que o programa poderia ter sido atrasado em anos, embora tenha reconhecido que a reconstrução das instalações é tecnicamente viável, o que indicaria que os EUA ainda estão preparados para agir novamente, se necessário.

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Do lado iraniano, a abordagem tem sido de negação em relação aos danos, e o presidente do Irã declarou que a estratégia de Israel falhou em alcançar seus objetivos. As autoridades iranianas, no entanto, não forneceram detalhes técnicos sobre os ataques nem permitiram a entrada de jornalistas internacionais nas áreas afetadas. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã reconheceu que as instalações nucleares sofreram danos substanciais, mas não especificou a gravidade.

Israel, por sua vez, tem apoiado a narrativa americana, afirmando que os danos ao programa nuclear do Irã foram sistemáticos e profundos. O chefe do Estado-Maior israelense alegou que o programa nuclear do país vizinho sofreu um severo golpe. A Comissão de Energia Atômica de Israel também corroborou a ideia de que a infraestrutura da instalação de Fordow foi severamente prejudicada, tornando-a inoperante.

Uma avaliação independente de uma organização de monitoramento do programa nuclear do Irã aponta que a recuperação das capacidades prévias pode levar muito tempo. Apesar dos avanços significativos, também se levanta a possibilidade de que o Irã tenha transferido materiais para locais não supervisionados.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica destacou que, embora tenha havido um atraso significativo no programa nuclear, é desafiador determinar a extensão exata do retrocesso. Ele enfatizou a necessidade de retornar ao Irã para reiniciar a supervisão, contribuindo para o desenvolvimento de uma solução diplomática que possa evitar um conflito futuro.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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