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Ação da NIO tem perspectivas mistas com crescimento e perdas contínuas

A NIO, fabricante chinesa de veículos elétricos, ainda enfrenta desafios após resultados financeiros decepcionantes no primeiro trimestre de 2025. A empresa não conseguiu atender às expectativas de analistas, reportando uma perda de 0,42 dólares por ação, um valor muito abaixo do esperado. Apesar do avanço nas entregas e nas vendas, que aumentaram significativamente, os custos altos continuam a pressionar as finanças da companhia.

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No primeiro trimestre de 2025, a NIO entregou 42.100 veículos, um crescimento de 40% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, essa alta nas entregas não se refletiu em uma receita equivalente. As vendas de veículos aumentaram apenas 18,6%, em grande parte devido ao crescimento dos modelos mais acessíveis da marca Onvo, que fazem parte da estratégia da NIO de conquistar um público mais amplo.

Um dos principais problemas é que a empresa ainda não é lucrativa. As perdas operacionais aumentaram para 884 milhões de dólares, um crescimento em relação aos 740 milhões registrados no ano anterior, mesmo com uma receita total de 1,66 bilhões de dólares. Embora as margens de veículos tenham visto um aumento anual para 10,2%, houve uma queda em relação aos 13,1% do trimestre anterior, indicando pressão de preços no mercado de veículos elétricos da China.

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Essa situação pressiona ainda mais a liquidez da NIO, tornando urgente a necessidade de captar novos recursos, possivelmente através da emissão de mais ações. Em março, a empresa já havia levantado cerca de 4 bilhões de dólares de Hong Kong, equivalente a aproximadamente 510 milhões de dólares, ao emitir novas ações.

Vale destacar que a NIO é uma empresa estrangeira listada na Bolsa de Nova York e segue os padrões de contabilidade internacionais, o que significa que não publica demonstrações de fluxo de caixa trimestrais, apenas as anuais. Em 2024, a NIO registrou um fluxo de caixa operacional negativo de 1,57 bilhões de dólares, o que, considerando a quantidade de 3,6 bilhões de dólares disponíveis, oferece uma margem de sobrevivência financeira de apenas 2,3 anos.

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O CEO William Li estabeleceu a meta de alcançar o equilíbrio financeiro até o quarto trimestre deste ano. No entanto, com um aumento de 18% nas perdas operacionais no primeiro trimestre, isso parece um objetivo desafiador. Para tentar reverter a situação, a NIO planeja reduzir seus gastos em pesquisa e desenvolvimento em 20 a 25% e manter as despesas administrativas e de vendas abaixo de 10% da receita.

Para o segundo trimestre, a NIO espera entregar entre 72.000 e 75.000 veículos, o que representaria um crescimento de 25% a 31%. Se alcançar este objetivo, pode melhorar o fluxo de caixa e ajudar a reduzir as perdas. Contudo, a eficácia dessa estratégia dependerá de uma execução impecável, algo que tem sido difícil para muitas empresas do setor de veículos elétricos na China.

A pressão sobre as margens dos veículos evidencia a competitividade acirrada do mercado chinês, onde um conflito de preços tem reduzido a rentabilidade de muitos fabricantes. Essa situação se torna uma preocupação maior, visto que muitas dessas variáveis estão fora do controle da NIO.

Após os resultados do primeiro trimestre, a reação do mercado mostrou descontentamento, uma vez que os investidores esperavam melhorias que não se concretizaram. Os custos de pesquisa e desenvolvimento aumentaram 11% em relação ao ano anterior, enquanto as despesas administrativas e de vendas corresponderam a 46% da receita, contradizendo as promessas de redução de custos da direção da empresa.

Analistas permanecem cautelosos em relação à NIO. Entre os dez analistas que cobrem a ação, oito recomendam que os investidores mantenham suas ações, dois indicam compra e um sugere venda. Apesar disso, a meta de preço consensual de 4,51 dólares sugere um potencial de valorização de cerca de 31% em relação ao preço atual das ações, ainda mostrando um otimismo moderado.

Apesar do crescimento nas entregas e vendas, a questão mais crítica para a NIO é a continuidade das perdas financeiras. Sem sinais claros de progresso em direção à lucratividade, a necessidade de captar novos recursos e o risco de diluição para os acionistas permanecem presentes. Portanto, até que melhorias significativas sejam vistas, a avaliação da ação da NIO continua sob vigilância.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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