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A importância do estreito de Hormuz para o comércio global

A decisão do ex-presidente Donald Trump de bombardear três locais nucleares no Irã gerou preocupações sobre um possível aumento do conflito no Oriente Médio. Especialistas indicam que uma possível resposta do Irã poderia ser o fechamento do Estreito de Ormuz, um importante corredor de comércio que transporta mais de um quinto do suprimento mundial de petróleo, cerca de 20 milhões de barris por dia, além de grande parte do gás liquefeito.

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Em ocasiões anteriores, o Irã já ameaçou fechar o estreito, o que impactaria o comércio internacional e poderia elevar os preços do petróleo, mas nunca concretizou essas ameaças. O Estreito de Ormuz, localizado entre Omã e Irã, conecta o Golfo Pérsico ao Mar de Omã e ao Mar Arábico. Com apenas 33 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito, as rotas de navegação têm apenas 3 quilômetros de largura em cada direção, evidenciando a vulnerabilidade dessa passagem vital.

Cerca de um quinto do consumo global de petróleo passa por esse estreito. Entre janeiro de 2022 e o último mês, estima-se que entre 17,8 milhões e 20,8 milhões de barris de petróleo cru, condensado e combustíveis transitaram diariamente por essa rota, de acordo com relatos de empresas de análise de mercado. A maioria das exportações de petróleo dos países membros da Opep, como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, segue por esse estreito, sendo o destino principal a Ásia. A Quinta Frota dos Estados Unidos, estacionada em Bahrein, é responsável por proteger a navegação comercial na região.

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Recentemente, a televisão estatal iraniana informou que o Parlamento do Irã aprovou uma medida para fechar o estreito, mas essa decisão dependerá das autoridades de alto escalão do país. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, sugeriu uma possível retaliação aberta, afirmando que a ação de Trump terá “consequências duradouras”. O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, disse que Israel cometeu um “grave erro” e deve ser punido, mas não mencionou especificamente o estreito.

Caso o Irã decida realmente bloquear o estreito, isso provavelmente envolveria a colocação de minas nas rotas de navegação. O Irã possui vários tipos de minas, prontas para detonar ao detectar embarcações. A operação de colocar essas minas requereria um planejamento rápido e o uso de submarinos. A instalação de minas poderia ser apoiada por baterias antinavio na costa iraniana, além de lanchas rápidas e drones, mas qualquer infraestrutura terrestre estaria suscetível a ataques por parte dos EUA e de Israel.

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Os efeitos de um fechamento do estreito seriam profundos. Essa ação não só impactaria diretamente o fornecimento de petróleo, resultando em um aumento rápido dos preços, como também causaria danos à própria economia iraniana, que é dependente do petróleo exportado. Além disso, a medida afetaria países da região, especialmente estados árabes do Golfo, que poderiam ser levados a intervir para proteger seus interesses no caso de um bloqueio.

A China seria uma das nações mais afetadas, uma vez que compra cerca de 90% do petróleo iraniano, que já enfrenta sanções internacionais. O secretário de Estado dos EUA convocou a China a intervir, destacando a alta dependência do país asiático do Estreito de Ormuz para suas importações de petróleo. Embora alguns superpetroleiros já tenham alterado seus cursos na região estratégicamente após os ataques dos EUA, a situação continua delicada e suscetível a desdobramentos futuros.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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