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Novelas brasileiras e sua relevância nas mudanças da TV

Rosane Svartman: A Força das Novelas Brasileiras

Rosane Svartman, de 55 anos, é uma das autoras mais renomadas da teledramaturgia brasileira. Com sucessos como “Malhação: Sonhos”, “Totalmente Demais”, “Bom Sucesso”, “Vai na Fé” e, atualmente, “Dona de Mim”, ela tem se destacado por refletir as mudanças sociais do Brasil em suas obras. Formada em Comunicação e doutora pela Universidade Federal Fluminense, Rosane compartilhou suas perspectivas sobre o gênero em uma recente entrevista.

Durante a conversa, ela enfatizou a importância das novelas na cultura brasileira, mesmo em meio aos desafios atuais enfrentados pela TV aberta. Rosane ressaltou que, embora haja frequentes discussões sobre a possível extinção do formato, as novelas permanecem relevantes. “Esse discurso já existe há décadas. A novela faz parte da cultura brasileira e tem um peso imenso no nosso cotidiano”, afirmou. Ela destacou que “Dona de Mim” atinge cerca de 25 milhões de telespectadores diariamente, sem contar a audiência das redes sociais e plataformas digitais.

A autora também mencionou que a televisão no Brasil tem características únicas. “O fluxo de conteúdo atrai milhões de pessoas todos os dias. Esse fenômeno está ligado à história da TV no Brasil e à importância da telenovela”, explicou. Para Rosane, as mudanças provocadas pelas redes sociais não devem ser vistas como uma crise, mas como uma oportunidade de reinvenção e adaptação do gênero às novas plataformas.

No que diz respeito ao processo criativo, Rosane revelou que busca inspirações na vida cotidiana e mantém um bloco de anotações no celular para registrar ideias, conversas e frases que podem se transformar em personagens e tramas. “Um autor de novela se inspira em tudo. Tudo o que vivemos pode passar para a tela”, disse.

Ao abordar o papel da tecnologia, especialmente da inteligência artificial, Rosane foi clara: “A IA nunca poderá substituir a criação humana em novelas. A escrita requer um entendimento profundo do que está latente na sociedade e o instinto do criador”. Para ela, a conexão emocional e a capacidade de captar nuances da realidade são insubstituíveis.

Svartman também comentou sobre a pressão que sente após o sucesso de suas obras. “É uma pressão imensa, mas o medo não me ajuda. Busco focar no próximo passo, em vez de me deixar levar pela ansiedade”, relatou.

A diversidade e a representatividade nas tramas também são preocupações centrais para a autora. Rosane acredita que essas questões devem ser integradas não só por uma obrigação ética, mas também porque refletem uma tendência do público. “É importante trazer diferentes vozes para a sala de roteiro”, ressaltou.

Além de seu trabalho na televisão, Rosane tem explorado outros caminhos, como o cinema. Recentemente, ela dirigiu o curta “Câncer com Ascendente em Virgem”, já disponível no Globoplay, e está finalizando o longa “Descontrole”, estrelado por Carolina Dieckmann. Embora tenha experiência detrás das câmeras, Rosane não planeja dirigir uma novela, pois valoriza a colaboração com diretores durante o desenvolvimento das histórias.

As reflexões de Rosane Svartman sobre a teledramaturgia revelam seu compromisso com a cultura brasileira e seu papel como uma importante contadora de histórias que evolui com o tempo, mantendo a relevância das novelas no coração dos brasileiros.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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