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A mina de ouro de Marília Mendonça começa a ser vendida em valor perto de R$ 300 milhões

Uma notícia recente abalou o mundo da música e deixou os fãs de Marília Mendonça em estado de choque: o gigantesco acervo musical da Rainha da Sofrência, um verdadeiro tesouro nacional, está sendo negociado em uma venda que pode chegar a absurdos R$ 300 milhões. Mas o que isso significa na prática? Que a família vai vender as músicas da Marília e nunca mais poderemos ouvi-las?

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Calma. A verdade por trás dessa negociação bilionária é muito mais complexa e fascinante. Estamos vivendo uma nova “corrida do ouro” na indústria musical, onde os catálogos de grandes artistas se tornaram ativos mais valiosos que petróleo.

Gigantes como Bruce Springsteen, Bob Dylan e Justin Bieber já venderam suas “minas de ouro” por valores que ultrapassam a casa dos bilhões de reais.

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Mas o que leva um artista (ou sua família) a vender sua própria alma, seu legado musical? Como se calcula o preço de uma canção? E a pergunta que não quer calar: um simples fã, como você, pode se tornar “dono” de um pedacinho da obra do seu ídolo?

O que diabos é um “catálogo musical”?

Antes de tudo, é preciso entender o que está sendo vendido. Um catálogo musical não é apenas um punhado de canções. Ele é um ativo, um negócio, e se divide em duas partes principais:

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  1. A Obra: É a composição em si, a letra e a melodia. É a alma da música, criada pelo compositor. Os direitos sobre a obra duram por toda a vida do autor e mais 70 anos após sua morte.
  2. O Fonograma: É a gravação específica da música que você ouve. É a voz da Marília cantando “Infiel”, por exemplo. Cada versão ou gravação de uma música é um fonograma diferente.

Na negociação do acervo da Marília, que segundo o Ecad possui 349 obras e 521 fonogramas, a família pode vender tudo ou apenas uma parte, como os direitos sobre as gravações, mantendo o controle sobre as composições.

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Por que um artista vende sua própria arte?

A resposta curta é: dinheiro. E muito. Ao vender o catálogo, o artista (ou seus herdeiros) recebe de uma só vez uma bolada milionária, que seria o equivalente a décadas de recebimento de royalties de streaming, rádio, etc.

“O artista sozinho está conseguindo extrair o máximo dessas obras? Normalmente não”, aponta o advogado Gustavo Deppe, especialista em direito autoral.

Ao vender para um fundo de investimento ou uma grande gravadora, eles entregam a gestão do catálogo para quem tem a expertise de licenciar as músicas para filmes, séries e comerciais, fazendo o dinheiro “girar” de forma muito mais eficaz.

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O cálculo da fortuna: como uma música vira bilhões

Calcular o valor de um catálogo é um processo complexo, chamado de “valuation”. Especialistas analisam o faturamento das músicas nos últimos 3 a 5 anos e projetam seus ganhos futuros.

“Se for um catálogo que está numa crescente, você multiplica isso por 10, por 11…”, explica o especialista Bruno Savastano. No caso de artistas como Bruce Springsteen, cujo catálogo foi vendido por US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), ou Justin Bieber, que vendeu o seu por US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão), a aposta é que suas músicas continuarão a gerar uma receita gigantesca por décadas.

A grande novidade é que essa “bolsa de valores da música” está se democratizando. Já existem plataformas onde um fã pode comprar uma pequena “ação” do catálogo de seu artista favorito, recebendo uma parte dos lucros e, em alguns casos, benefícios exclusivos.

O futuro da música, ao que tudo indica, é um em que os próprios fãs serão os donos das canções que amam.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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