Dia Nacional da Umbanda é celebrado em 15 de novembro.

O Dia Nacional da Umbanda é comemorado em 15 de novembro. Essa data celebra uma religião brasileira que mistura elementos de várias crenças, como espiritismo, candomblé e catolicismo. A Umbanda busca a união dos praticantes, sempre promovendo a paz e o amor.
15 de novembro: Dia Nacional da Umbanda
Em 15 de novembro de 1908, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, nasce a Umbanda. Diz-se que nessa data, um espírito se manifestou através de um jovem médium de 17 anos, chamado Zélio Fernandino de Morais.
Zélio queria se alistar na Marinha, mas sofreu uma paralisia sem explicação médica. Essa situação durou até o dia em que ele disse: “amanhã estarei curado!”. No dia seguinte, Zélio levantou-se como se nada tivesse acontecido. Isso deixou médicos e familiares perplexos.
Após o ocorrido, um amigo da família sugeriu que Zélio fosse à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, para buscar respostas. Ao chegar lá, uma entidade chamada “Caboclo das Sete Encruzilhadas” se manifestou através dele e anunciou a fundação da Umbanda.
Umbanda e as barreiras no espiritismo
A Umbanda é uma mistura de várias religiões, incluindo o espiritismo. No entanto, naquela época, o espiritismo kardecista achava que espíritos de índios, escravos e crianças eram inferiores. Isso gerou um desafio para a nova religião.
Quando a entidade se manifestou, o diretor do Centro Espírita pediu que se retirassem. Mas o Caboclo afirmou:
“Por que repelem a presença desses espíritos? Será por causa de suas origens sociais e da cor?”
O Caboclo disse que se chamava assim porque acreditava em uma religião que falava a todos, sem distinção. Ao anunciar um culto, ele disse que negros e índios teriam a oportunidade de transmitir suas mensagens.
No dia seguinte, muitas pessoas se reuniram na casa de Zélio. O Caboclo orientou sobre a formação de um templo dedicado à nova religião, que foi chamado de Tenda Nossa Senhora da Piedade, e que ainda existe hoje.
Em 1918, o Caboclo continuou a orientar Zélio sobre a fundação de novas tendas de Umbanda, que incluíram:
- Tenda Nossa Senhora da Guia (1918)
- Tenda Nossa Senhora da Conceição
- Tenda Santa Bárbara
- Tenda São Pedro
- Tenda Oxalá
- Tenda São Jorge (1935)
- Tenda São Jerônimo (após 1935)
As normas estabelecidas na religião
O Caboclo também criou normas para estrutura e organização da religião. Essas regras eram básicas para garantir que o culto funcionasse bem e contava com:
- Médiuns uniformizados de branco;
- Cânticos sem atabaques ou palmas;
- Preceitos apenas com água, ervas e flores;
- Atendimentos gratuitos;
- Proibição de qualquer tipo de retribuição financeira.
As discussões sobre o 15 de novembro
Houve muito debate para definir o 15 de novembro como o Dia Nacional da Umbanda. Outras datas foram sugeridas, como 13 de maio, dia da libertação dos escravos, e 22 de novembro, dia de Araribóia. No fim, 15 de novembro foi a escolhida.
Essa data é também o dia da Proclamação da República. Em 15 de novembro de 1889, o Brasil se tornou um Estado laico, permitindo que todas as religiões fossem praticadas livremente.
A consagração da Umbanda perante a Lei
A Umbanda passou por muitos desafios, incluindo repressões policiais e sociais. Apesar da intolerância, as coisas melhoraram com a Lei 12.644, que reconheceu a religião oficialmente.
A Lei 12.644 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 16 de maio de 2012, decretando 15 de novembro como o “Dia Nacional da Umbanda”.
Como comemorar o Dia Nacional da Umbanda?
Muitos umbandistas celebram o dia com banquetes e oferendas para os Orixás. Essas oferendas, chamadas de “obrigações”, são feitas com elementos que representam a personalidade do Orixá e são oferecidas em gratidão ou pedidos.
No entanto, algumas práticas são vistas como problemáticas. Por exemplo, despachar objetos de vidro ou plástico ao mar, que poluem as águas. O ideal é usar flores, perfumes e velas, sempre com muito respeito e fé.
É essencial lembrar que os Orixás são divindades ligadas à natureza. Portanto, pense duas vezes antes de oferecer algo que possa prejudicar o meio ambiente.
Na Umbanda, não há sacrifício de animais. Um exemplo de oferenda para Iemanjá inclui:
- Prato: Oferendas como canjica, cuscuz e pratos de milho. Peixes com arroz e cocada branca são boas opções também.
- Objetos: Recomenda-se oferecer rosas brancas e perfume, em vez de itens como espelhos e maquiagem.
- Guia e vela: Podem ser de cores como o azul claro ou prateado.
Outra maneira de se conectar com Iemanjá é através de um banho de ervas, especialmente durante a Lua Minguante. Pode-se usar colônias e ervas como pata de vaca, flor de laranjeira e até rosa branca para potencializar o ambiente.
Saiba mais: