Queda nas vendas leva BYD a baixar preços na China

A BYD está causando alvoroço no mercado automotivo chinês com sua nova estratégia de cortes de preços em 2025. Para alguns, isso parece uma medida desesperada para enfrentar a concorrência feroz. Para outros, é um movimento inteligente para garantir a liderança no setor de veículos elétricos. O fato é que essa brincadeira está levantando questões sobre lucros e o futuro das montadoras.
Em setembro, a montadora anunciou descontos que chegam a ¥10.000 (cerca de R$ 24,5 mil) em versões do sedã Qin Plus, que se tornou um dos seus carros mais vendidos. Essa ação segue uma série de reduções feitas em outros modelos como o Tang DM-i e o Seal 07 DM-i, reforçando a estratégia arrojada de preços baixos.
Infelizmente, as consequências já começaram a aparecer. No segundo trimestre de 2025, o lucro líquido da BYD despencou 30% em relação ao ano anterior, a primeira queda em três anos. As margens de lucro também caíram de 18,8% para 18%. Isso não é algo que uma montadora gostaria de ver, certo?
As coisas não foram melhores no mercado financeiro. A ação da BYD perdeu impressionantes US$ 45 bilhões em valor de mercado, gerando dúvidas sobre a estratégia da empresa. Mas alguns analistas lembram que a redução de estoques e o esforço para manter a participação no mercado fazem parte de um plano maior.
Em casa, as vendas estão enfrentando dificuldades, com quatro meses seguidos de queda até agosto. O governo chinês, querendo evitar guerras de preços fora de controle, já está pressionando as montadoras a buscarem mais estabilidade. É um momento delicado, especialmente tratando-se de um mercado tão volátil.
Por outro lado, a situação no exterior é mais promissora. As exportações da BYD aumentaram 50% no primeiro semestre em relação a 2024, criando uma saída para a pressão interna. Isso mostra que a expansão internacional pode ser uma solução para os desafios que estão infringindo o mercado local.
Outra vantagem da BYD é sua estrutura integrada de suprimentos. A queda brusca no preço do carbonato de lítio — passou de 600 mil yuans para 60 mil yuans por tonelada — ajudou a manter as margens perto de 20%. Com essa estrutura forte e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a empresa continua inovando e se adaptando.
No entanto, a guerra de preços trouxe efeitos colaterais. Concorrentes como Geely, Chery e SAIC também entraram na competição de preços, e algumas concessionárias menores já estão sentindo a pressão, lidando com fechamentos e dificuldades financeiras. Os reguladores agora estão de olho no setor, exigindo práticas mais organizadas.
Assim, o jogo da BYD parece um equilíbrio delicado. Enquanto a pressão sobre os lucros é clara, a empresa busca solidificar sua posição em um mercado que está mudando constantemente. Resta saber se essa estratégia ousada será vista como uma visão de futuro ou um passo arriscado em tempos complicados.