Preço médio de carros novos no Brasil supera R$ 150 mil

Encerrado o mês de agosto, a K.LUME Consultoria soltou os números de emplacamentos que agitam o mercado automotivo brasileiro, com base nos dados da Fenabrave. E, olha, a estrela do momento é sem dúvida os SUVs compactos e médios, que estão dominando as vendas. O mais surpreendente? Todos eles custam acima de R$ 150 mil, enquanto os carros de entrada estão cada vez mais dependentes das vendas diretas.
O Toyota Corolla Cross, com preço inicial em R$ 188.990, ficou em terceiro lugar no ranking, vendendo 7.737 unidades. Quase colado nele, o Volkswagen T-Cross fez 7.702 vendas, seguido pelo Hyundai Creta, com 6.649. E não dá pra esquecer do Fiat Fastback, que também entrou no jogo com 5.040 unidades. Se você está prestando atenção nos SUVs, sabe que muitos já estão custando perto ou acima de R$ 200 mil. Isso mostra bem o perfil do consumidor ativo no varejo atualmente.
Ao mesmo tempo, o Fiat Mobi se tornou o exemplo perfeito das mudanças nesse cenário. Com 6.877 unidades vendidas em agosto, a impressionante marca de 97,6% dessas vendas vieram de locadoras, PcDs ou motoristas de aplicativo. A K.LUME observa que não é necessariamente que os modelos mais caros estão vendendo mais, mas sim que a linha de entrada enfrenta uma queda nas vendas. E, vamos ser sinceros, com a alta da taxa Selic, fica difícil para esse público acessar crédito e entrar no mercado.
Um olhar mais atento em faixas de preço revela o quanto os carros populares estão perdendo espaço. Apesar da redução do IPI, isso não ajudou muito os modelos mais baratos. Por outro lado, os SUVs médios e compactos continuam no topo, mantendo o ticket médio elevado. Em julho, o preço médio dos carros de passeio estava em R$ 147.769,80. Já em agosto, deu um salto para R$ 152.727,40 — uma alta de 3,4%.
No acumulado de 2025, os números falam por si. O T-Cross totaliza 53.551 unidades, seguido do HR-V com 36.086 e do Tracker com 34.212, enquanto o Corolla Cross chegou a 36.955. Todos esses estão bem acima da marca de R$ 150 mil. Já os hatches acessíveis estão se segurando apenas no canal corporativo, com pouco espaço para o consumidor individual.
A K.LUME destaca que essa mudança no cenário se deve em grande parte à taxa de juros alta e a um desempenho econômico fraco. O consumo no varejo agora se concentra nas pessoas que podem bancar SUVs mais caros. Já o público tradicional que busca modelos de entrada, geralmente mais dependente de crédito, está perdendo força. Isso significa um mercado cada vez mais pequeno e restrito, com um ticket médio alcançando níveis nunca vistos antes.