Por que os consumidores resistem aos carros elétricos, explica CEO britânico

Apesar das mudanças na Europa sobre a venda de carros a combustão, as montadoras ainda enfrentam grandes desafios para manter esses modelos em alta na próxima década. Lynn Calder, CEO da Ineos Automotive, acredita que essa é uma jogada errada. Em uma conversa descontraída com a Top Gear, ela destacou que as decisões políticas muitas vezes ignoram o que realmente os motoristas desejam.
“A política está dizendo o que devemos comprar, e a verdade é que as pessoas não querem isso”, disse Calder. Ela observou que os carros híbridos estão conquistando os motoristas porque oferecem uma alternativa que atende melhor às necessidades do público atual. Enquanto a eletrificação, sem dúvida, tem seu espaço, ela acredita que limitar o mercado a apenas uma opção é ineficaz e prejudica até mesmo as empresas menores, como a Ineos.
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A Ineos Automotive surgiu em 2017, pelas mãos do bilionário britânico Sir Jim Ratcliffe. Ele tinha um sonho: criar um verdadeiro veículo utilitário, robusto e funcional, algo que ele sentia falta no mercado. A ideia inicial era resgatar um modelo clássico — Ratcliffe até tentou comprar os direitos de produção de um SUV famoso da Jaguar Land Rover, mas a negociação não deu certo. Sem desistir, ele decidiu construir um carro novo do zero: assim nasceu o Ineos Grenadier.
Embora tenha semelhanças visuais com os antigos utilitários britânicos, o Grenadier não é uma cópia. Trata-se de um modelo totalmente independente, mas com a mesma essência. Ele é equipado com motores de seis cilindros, tanto a gasolina quanto a diesel, fornecidos pela BMW. Ah, e ainda tem a versão picape, chamada Quartermaster, perfeita para quem precisa de um pouco mais de espaço.
Recentemente, a Ineos também apresentou o Fusilier, um SUV elétrico com um extensor de autonomia. Mas, para quem está ansioso para ver esse modelo nas ruas, a espera pode ser longa, já que o projeto está pausado e pode nem chegar ao mercado antes de 2027 ou 2028. E se isso acontecer, será que dará tempo de justificar sua produção?
Mesmo com todos os desafios, Calder acredita que a regulamentação europeia pode mudar mais uma vez. A nova redação menciona “veículos com emissão zero”, o que poderia abrir espaço para alternativas como hidrogênio e combustíveis sintéticos. Para ela, a meta precisa ser mais ampla: é necessário reduzir as emissões, mas sem impor que isso aconteça exclusivamente com carros elétricos.
“E isso é o que queremos oferecer aos nossos clientes: opções. Não vamos ser os únicos nessa busca”, ela conclui. É claro que a política atual prejudica especialmente as marcas menores e inovadoras que tentam explorar novas soluções. No fim das contas, o que não falta é a paixão por dirigir, esteja você em um carro elétrico, híbrido ou a combustão. Que venham mais opções!