Nissan registra prejuízo de US$4,5 bilhões e anuncia mudanças

A Nissan não está passando por um momento fácil. Recentemente, durante uma assembleia geral realizada na sede da montadora em Yokohama, o novo CEO, Ivan Espinosa, anunciou um rombo de R$ 7 bilhões no primeiro trimestre e, para complicar ainda mais a situação, a suspensão dos pagamentos de dividendos. Com a presença de mais de mil acionistas, o clima foi tenso, e as críticas à administração anterior não pouparam ninguém.

Espinosa trouxe novidades na liderança da empresa. O ex-CEO Makoto Uchida e o presidente do conselho da Renault, Jean-Dominique Senard, agora estão fora do conselho da Nissan. Essa mudança é uma tentativa clara de revitalizar a gestão e lidar com a crise financeira que a empresa enfrenta.

Um acionista ainda fez uma proposta para remover os diretores que haviam indicado Uchida, mas a ideia não foi adiante. O conselho optou por manter as coisas como estão. E, para quem acompanha o mercado, não dá para esquecer que, enquanto isso, o Novo Nissan Kicks 2026 está prestes a chegar ao Brasil, custando até R$ 199.990.

As reclamações sobre cortes de emprego também foram destaque na reunião. Um acionista desabafou que a montadora estava jogando a responsabilidade da crise nas costas dos trabalhadores, enquanto os executivos se mantinham firmes em suas posições. A decisão de suspender os dividendos só aumentou o descontentamento.

Além disso, uma proposta para revisitar a situação da Nissan Shatai, uma de suas subsidiárias, foi rejeitada, refletindo uma tendência maior no setor automotivo japonês de reavaliar estruturas que podem influenciar a governança das empresas.

No ano fiscal passado, a Nissan amargou um prejuízo de cerca de R$ 22 bilhões. Esse cenário difícil é resultado de decisões que não deram certo, como a tentativa frustrada de fusão com a Honda, e cortes severos, incluindo o fechamento de sete fábricas e a demissão de 20 mil funcionários. Para quem se interessa por estratégias da Nissan, vale dar uma olhada em seus planos em relação a desempenho e parcerias discutidos na assembleia.