Neta Auto enfrenta crise com perdas e dívidas na China

A Neta Auto, uma startup que prometia ser uma grande jogadora no mundo dos carros elétricos na China, está enfrentando sérias turbulências. O fundador, Fang Yunzhou, que criou a empresa em 2014, está sob pressão intensa para deixar a presidência e o cargo de CEO. A votação sobre sua saída deve acontecer em breve e promete agitar o mercado.
Fang foi considerado um visionário no início, mas a situação financeira da Neta é preocupante. Estamos falando de perdas que passam dos 18 bilhões de yuan, algo em torno de 2,5 bilhões de dólares, e uma dívida que beira os 217% do patrimônio da empresa. É como tentar encontrar saída em um barro muito denso – parece difícil, não?
O clima ficou tão tenso que um dos investidores estatais sugeriu que a Neta deve considerar um processo de reestruturação, quase como um “restart” para a empresa. A ideia é que, além de mudar a liderança, seja feita uma reestruturação completa. Afinal, quem não gostaria de dar um tapa na estrutura de algo que não tem dado certo?
As coisas estão tão complicadas que a Neta acumula mais de 6 bilhões de yuan em dívidas com fornecedores, incluindo a famosa fabricante de baterias CATL, que decidiu pausar as entregas. Isso resultou em paradas na produção e atrasos nas entregas internacionais. E mesmo com um crédito garantido de quase 300 milhões de dólares na Tailândia, a Neta ainda não conseguiu respirar aliviada.
Os números de vendas contam a história: depois de uma boa performance em 2022, com 152 mil veículos entregues, as vendas caíram para 127,5 mil em 2023 e despencaram para cerca de 64.500 em 2024. Para piorar, ouvir sobre demissões em massa e fechamento de lojas não é nada animador. Chegou até a haver protestos de fornecedores, demonstrando que a situação está mesmo crítica.
Fang tentou salvar a pátria com planos audaciosos: abrir o capital, expandir os negócios globalmente e conseguir lucro até 2025. Mas, até agora, nada disso saiu do papel. Tentar trocar dívidas por ações para quitar pagamentos com fornecedores também falhou, e essa sequência de problemas só fez a confiança na gestão cair ainda mais.
Outro ponto que complica é o modelo de governança da empresa. A Neta mescla capital estatal e liderança privada, o que no começo trouxe muitos benefícios, mas agora gera conflitos. Enquanto Fang mira na expansão para o Sudeste Asiático, os investidores preferem uma abordagem mais cautelosa e sólida. É como aquele amigo que quer correr a mil por hora enquanto você está buscando um caminho mais devagar e seguro.
Recentemente, a sede da Neta em Xangai teve sua placa retirada após o término do contrato de aluguel, o que já indica uma mudança de endereço. Contudo, a nova localização ainda é um mistério, deixando todo mundo na expectativa do que vem por aí.
Agora, o futuro da Neta depende da decisão do conselho. Se os acionistas conseguirem os votos necessários, Fang será afastado, marcando um final triste para sua trajetória como criador de uma das startups mais promissoras do setor automotivo elétrico na China. E com o crescimento de concorrentes como a Xiaomi, a disputa pelo mercado só promete esquentar mais.