Dilma Costa toma posse como diretora na Fundação de Meio Ambiente com remuneração de R$ 24 mil

A ex-presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima, Dilma Costa, foi nomeada para a diretoria de Monitoramento Ambiental e Fiscalização da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). O valor do salário é de R$ 24 mil, embora a nomeação ainda não tenha sido publicada no Diário Oficial do Estado. A apresentação oficial do cargo ocorreu na manhã desta segunda-feira, 12.
Dilma Costa assume o posto que anteriormente era ocupado por Wilson Jordão, que agora ocupa o cargo de vice-presidente do Iteraima.
Seu histórico profissional está marcado por controvérsias. Dilma havia pedido exoneração do Iteraima após sua mudança de posição em uma investigação da CPI da Grilagem de Terras, na Assembleia Legislativa de Roraima. A Comissão Parlamentar de Inquérito apurou irregularidades no órgão e, devido a isso, ela passou a ser investigada.
O Ministério Público de Roraima (MPRR) entrou com uma ação na Justiça solicitando seu afastamento. Segundo a ação, protocolada em 4 de abril, Dilma e seu assessor jurídico, Edirivaldo de Jesus Ribeiro, teriam causado um prejuízo de R$ 422.373,40 ao Estado. Esse dano ocorreu porque eles concederam descontos irregulares de 50% no pagamento de dois títulos definitivos rurais. O primeiro título, que tinha o valor original de R$ 386.675,13, foi pago por R$ 193.337,57, enquanto que o segundo, avaliado em R$ 458.071,66, foi quitado por R$ 229.035,83.
Conforme o MPRR, os proprietários solicitaram o desconto, que foi concedido, mas não pagaram dentro do prazo. Após três anos, eles fizeram novos pedidos, que também foram aprovados de forma irregular. A investigação revelou que tanto Dilma quanto o assessor estavam cientes dos problemas.
Além das investigações em Roraima, Dilma Costa também foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades relacionadas à destinação de lotes de assentamento da reforma agrária, quando atuava como superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Essa condenação resultou em sua proibição de ocupar cargos públicos federais por cinco anos.
O MPRR ainda move outros dois processos contra Dilma, ambos relacionados a atos de improbidade. Um dos casos resultou em um acordo, mas o outro não, já que segundo o MPRR, a ex-presidente continuou cometendo irregularidades, não demonstrando a conduta adequada para a função pública.
A reportagem buscou uma posição do Governo do Estado sobre a nova nomeação de Dilma Costa e aguarda uma resposta oficial.