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GM aposta tudo nos motores V8 e deixa carros elétricos para depois — entenda o impacto

GM aposta em motores V8 e adia planos para carros elétricos nos EUA. Descubra por que essa decisão pode impactar o futuro da indústria!

A General Motors (GM) acabou de surpreender todo mundo ao cancelar um plano de US$ 300 milhões que seria investido em motores elétricos e decidiu, em vez disso, apostar pesado — US$ 888 milhões — na produção de motores V8 a gasolina em sua fábrica de Tonawanda, próxima a Buffalo, Nova York.

Por trás dessa reviravolta, tem muita estratégia, política e um olhar atento ao que o consumidor realmente está comprando hoje. Vale a pena entender o que está em jogo.

A ideia original da GM era investir os US$ 300 milhões na planta de Tonawanda para modernizá-la para a produção de componentes de motores elétricos. Era parte de um movimento alinhado à meta de eletrificar totalmente sua frota até 2035.

Só que, na prática, o que a empresa percebeu é que motores V8 a gasolina ainda são a espinha dorsal do seu lucro. Quer exemplos? Modelos como Chevrolet Silverado, GMC Sierra e Cadillac Escalade continuam vendendo muito bem — e o mercado norte-americano, especialmente, não parece disposto a abrir mão desses veículos tão cedo.

E não é só mercado que pesa nessa decisão. A política também entrou em campo. A administração Trump está pressionando para eliminar incentivos federais para carros elétricos. Isso coloca um “freio” nas montadoras que apostam alto nos EVs, porque significa menos vantagens e mais incertezas regulatórias a curto prazo.

Entre arriscar ou garantir lucro rápido, a GM preferiu não arriscar: decidiu renovar a fábrica de Tonawanda, modernizando-a para produzir uma nova geração de motores V8, prometendo mais eficiência no consumo, mas ainda assim mantendo o motor a combustão como protagonista.

No fim das contas, a demanda manda. Mesmo com o aumento nas vendas de carros elétricos, o ritmo está aquém do que as empresas previam. A GM percebeu que, enquanto muita gente acha o futuro elétrico incrível, quem realmente compra — principalmente caminhões e SUVs nos EUA — ainda quer motorzão a gasolina debaixo do capô.

E não é pouca gente: a fábrica de Tonawanda emprega cerca de 1.500 pessoas e, diferente de outras plantas da GM na América do Norte, não está na lista de fechamentos. Esse novo investimento pode garantir a estabilidade desses empregos, embora o impacto exato nas vagas ainda não seja totalmente claro.

Vale lembrar: a planta de Tonawanda é histórica. Desde 1938, ela fabrica motores que já rodaram em carros como o Chevrolet Corvette. Nos últimos anos, a GM já havia investido pesado ali: US$ 296 milhões em 2021 para motores a combustão, US$ 300 milhões em 2023 para componentes de EVs — este último agora cancelado.

E, para quem acha que a GM está abandonando de vez os carros elétricos, não é bem assim. O investimento de US$ 154 milhões na planta de Lockport, também perto de Buffalo, continua, focado em módulos de estator para motores elétricos.

Mas é impossível ignorar a polêmica. Na própria rede social X, tem gente apontando a ironia de Nova York oferecer incentivos fiscais para motores a gasolina, mesmo querendo banir veículos a combustão até 2035.

Alguns usuários lembram que, no fim do dia, os motores a combustão ainda são o que realmente dá lucro à GM — então, para eles, a decisão faz sentido. Outros criticam a contradição entre os objetivos ambientais do estado e as decisões práticas do setor automotivo. Teve até quem dissesse que a GM está só “jogando seguro”, apostando nos V8 enquanto a transição para elétricos não engrena.

Esse movimento da GM reflete algo maior na indústria: montadoras estão recalculando rota entre investir em EVs e manter o foco nos motores tradicionais. Tudo porque o cenário regulatório e a adesão do consumidor ainda têm muitas incertezas.

Por exemplo, a Nissan está atrás de US$ 7 bilhões para se adaptar, enquanto a Toyota já mira outras tecnologias, como táxis voadores, mostrando que o jogo está muito mais aberto do que parecia.

Agora, o que fica claro é que, apesar do discurso de eletrificação total até 2035, a GM não vai deixar de atender a demanda imediata por motores a combustão, principalmente porque isso representa lucro garantido.

O lado ambiental da história, no entanto, preocupa: críticos apontam que investir quase US$ 1 bilhão em motores a gasolina pode atrasar o ritmo de descarbonização, especialmente em um estado com metas ecológicas tão ambiciosas.

E a concorrência? Enquanto a GM faz esse movimento estratégico, a Tesla continua firme como referência em carros elétricos, e outras montadoras, como a Toyota, estão diversificando com novas tecnologias. Ou seja, o mercado está longe de ser monotemático.

No fim das contas, cancelar o investimento em motores elétricos e redirecionar quase US$ 900 milhões para motores V8 mostra que a GM está de olho no que o mercado pede — e não só no que os reguladores querem.

Os outros projetos de eletrificação continuam, mas o recado é claro: por enquanto, o motor a gasolina segue forte, principalmente nos EUA. A decisão, claro, gerou debate: entre quem vê isso como atraso na sustentabilidade e quem enxerga apenas uma empresa apostando no lucro e nos empregos locais, principalmente em Tonawanda.

E você, acha que o futuro já é elétrico ou os motores V8 ainda vão rugir por muitos anos?

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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