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Correia banhada a óleo é reforçada no projeto da Fipe Carros

A Chevrolet lançou a linha 2026 dos modelos Onix e Tracker, trazendo novidades no visual, no acabamento interno e algumas mudanças mecânicas. Mas o que mais chama a atenção, e que gerou bastante debate, continua sendo o motor. Esse cara ainda usa a famosa correia dentada banhada a óleo para acionar o comando de válvulas, um sistema que já causou alguns problemas e gerou bastante reclamação nos últimos tempos.

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Uma das novidades é que a montadora trocou o fornecedor da correia e fez ajustes na composição do material. A ideia aqui é oferecer mais resistência em situações complicadas, como quando o óleo utilizado não é o correto, tipo o Dexos1 Gen2. Mesmo com as melhorias, a correia ainda vai funcionar imersa no lubrificante do motor.

Falando em problemas, desde 2020, as motorização 1.0 e 1.2 turbo da GM (aquela linha CSS Prime) têm apresentado casos de esfarelamento prematuro da correia. Isso mesmo, às vezes ela começa a se despedaçar e os fragmentos vão parar no sistema de lubrificação. Já em 2023, as concessionárias receberam orientações para checar a integridade da correia e até limpar o pescador de óleo. Um alerta: a substituição pode ser necessária muito antes do que o manual sugere, que fala em 240 mil km.

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Por que isso é preocupante? Porque o risco de calço hidráulico pode aparecer, ou seja, quando o óleo contaminado entra nos cilindros ou a bomba de lubrificação fica entupida. Isso pode acarretar na necessidade de uma retífica completa ou, em casos mais sérios, até a troca do motor.

Comparativo com motores concorrentes

Agora, vale lembrar que a correia banhada a óleo não é exclusividade da Chevrolet. Outros modelos da Stellantis, como os motores 1.0 e 1.2 PureTech de Fiat, Peugeot e Citroën, também utilizam essa configuração e passaram por problemas semelhantes. Por conta disso, a fabricação decidiu rever o plano de manutenção e reduzir o intervalo de troca para 100 mil km aqui no Brasil.

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Enquanto isso, a Hyundai/Kia, com a família Kappa TGDI, opta pela correia convencional externa. Já a Volkswagen se mantém firme com a corrente metálica nos motores TSI.

A principal vantagem da correia banhada a óleo é que ela reduz ruído e atrito, o que pode trazer um consumo mais econômico e emissões mais baixas. Mas, como tudo na vida, a durabilidade depende muito da qualidade do óleo usado e da frequência com que você troca. No Brasil, muitos motoristas infelizmente não costumam fazer essa manutenção preventiva, e o uso de óleos fora da norma nas oficinas ajuda a piorar a situação.

Custo de reparo fora da garantia

Se por acaso a sua correia falhar antes do tempo, a conta pode ser salgada, variando entre R$ 6 mil e R$ 13 mil. Isso depende muito do nível de contaminação do motor. Se por um acaso você acabar danificando peças como virabrequim ou cabeçote, o valor pode subir ainda mais. Esse é um custo considerável, principalmente para quem já está fora da garantia. Por isso, a GM decidiu aumentar a cobertura para cinco anos nos modelos Onix e Tracker.

Essa mudança busca alinhar a marca com concorrentes como Hyundai HB20/Creta e Jeep Renegade, que já oferecem garantias prolongadas.

Onix e Tracker 2026: o que mais mudou?

Além da nova correia, os modelos ganharam um visual atualizado. O Onix agora tem uma grade frontal nova, faróis de LED nas versões mais tops e um painel repaginado, com central multimídia integrada e quadro de instrumentos digital. Enquanto isso, o Tracker ganhou um para-choque remodelado e um interior com materiais de melhor qualidade. O pacote de equipamentos deve ser revelado em breve.

Debruçando sobre os motores, o Onix segue com o 1.0 aspirado (82 cv) nas versões básicas, e o 1.0 turbo agora entrega 115 cv nas mais equipadas. O 1.2 turbo, que pode chegar a 133 cv, continua sendo exclusivo do Tracker, sempre com a mesma transmissão automática de seis marchas.

A Chevrolet também confirmou que a nova linha já chegará com a correia atualizada, e a rede de assistência técnica está sendo treinada para monitorar a integridade do sistema de forma preventiva.

Essas alterações são um jeito da GM tentar minimizar o desgaste prematuro sem abandonar o sistema atual, que mostrou ser delicado para o nosso jeito de dirigir. Apesar de tudo isso, a recomendação é a mesma: mantenha a manutenção em dia, troque o óleo nos prazos corretos e use sempre o especificado, o Dexos1 Gen2. Qualquer desvio pode aumentar o risco de problemas mais sérios.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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