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Apoio a Trump e tarifas elevadas pressionam ações da Tesla

A Tesla está passando por um período turbulento, algo bem diferente dos tempos de glória que a marca já teve. Em 2025, um coquetel explosivo de crise política e econômica fez as ações da empresa despencarem 38%. O cenário piora com as novas tarifas comerciais e o envolvimento polêmico de Elon Musk com o governo Trump.

A relação de Musk com Trump teve um começo promissor, mas logo ganhou contornos problemáticos. Quando Musk foi nomeado conselheiro sênior do presidente, a situação se complicou. A imposição de tarifas de 145% sobre importações da China atingiu em cheio a produção da Tesla, que depende de peças do exterior. Quem já precisou de uma peça rápida para consertar o carro sabe como isso pode impactar não só a produção, mas também a entrega aos consumidores.

Com esses desafios, a empresa teve que prescindir do projeto do Cybercab, seu táxi autônomo, e diminuir a produção do caminhão Semi, que é fabricado no Texas. Além disso, a busca por novos fornecedores em países como México e Canadá enfrenta novas ameaças de Trump, que não hesita em reavaliar acordos comerciais.

A coisa não para por aí. Desde que Musk declarou apoio a Trump em 2024, muitos clientes começaram a se desfazer de seus Teslas em protesto. Para piorar, Trump adquiriu um Model S e elogiou Musk, chamando-o de “grande americano”, mesmo com a origem sul-africana do bilionário. É complicadíssimo, não é? A situação na China também é bem delicada, com a Tesla precisando retomar o programa de indicações no país para tentar impulsionar as vendas.

Após sua saída do governo em maio, Musk não segurou a língua e criticou Trump abertamente. A resposta do ex-presidente foi um comentário de que Musk havia “pirado” com o fim dos incentivos a veículos elétricos, além de sugerir cortar contratos com empresas ligadas ao bilionário. E não é só isso: segundo o Washington Post, essas empresas já embolsaram US$ 38 bilhões em incentivos públicos ao longo das duas últimas décadas. Olha a pressão!

Na Europa, a situação também não está das melhores. Apesar do aumento geral de 26% nas vendas de elétricos entre janeiro e abril de 2025, a Tesla viu suas vendas despencarem em 46,1% no mesmo período. Para quem já dirige um carro elétrico, as preocupações com custos só aumentam, principalmente diante das mudanças nas políticas.

Voltando para os EUA, as coisas estão complicadas também. Os estoques estão altos e a Tesla recorre a descontos agressivos para escoar os veículos. A expectativa é que as tarifas impostas pelo governo possam representar um prejuízo de até US$ 108 bilhões para a indústria automotiva americana. Um valor que preocupa qualquer apaixonado por carros.

Agora, a Tesla está reavaliando sua estratégia global. O cenário atual prova que política, economia e imagem pública caminham de mãos dadas. Essa batalha é parecida com as dificuldades que outras marcas, como a BYD, enfrentam. Nessa dança maluca do mercado global, é preciso ficar de olho em cada movimento!

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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