Trabalhadores da Compesa protestam contra privatização no Recife

Trabalhadores da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (1º) em frente à sede da empresa, localizada no centro do Recife. A manifestação começou às 8h30, na Avenida Cruz Cabugá, número 1387, e foi organizada pelo Sindicato dos Urbanitários (SindUrb/PE). Os trabalhadores estão revoltados com a concessão de parte dos serviços da Compesa à iniciativa privada, o que, segundo eles, pode resultar em um aumento nas tarifas de água para a população de Pernambuco.
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Os manifestantes alegam que o modelo de concessão proposto pela governadora Raquel Lyra (PSD) entrega serviços lucrativos, como a distribuição de água e esgotamento sanitário, para empresas privadas, enquanto mantém sob a responsabilidade do governo os serviços que geram mais custos, como captação e tratamento de água. Essa situação é vista como uma “privatização disfarçada” pelos trabalhadores da Compesa.
Durante o protesto, o sindicato destacou a necessidade de uma Compesa que seja “pública e eficiente”. A manifestação contou com a presença de várias lideranças políticas, incluindo as vereadoras Kari Santos (PT) e Eugênia Lima (PT), além dos deputados estaduais Dani Portela (Psol) e João Paulo (PT), que também é aliado da governadora e ex-prefeito do Recife.
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O SindUrb expressou preocupações sobre os impactos da parceria com a iniciativa privada. Segundo José Barbosa, dirigente do sindicato, a privatização pode não apenas elevar o preço da água para os consumidores, mas também comprometer a qualidade dos serviços oferecidos. Barbosa apontou que, no contrato, a Compesa venderá o metro cúbico de água por menos de R$ 2 para o setor privado, que o repassará aos consumidores por pelo menos R$ 6,84. Ele alertou que essa situação não permitirá a sustentabilidade financeira da Compesa, resultando em dispensa de trabalhadores terceirizados e realocação de funcionários efetivos.
No final de 2024, a governadora iniciou os procedimentos legais para a concessão, e em janeiro de 2025 foram realizadas audiências pela Compesa em todo o estado para discutir o tema. No entanto, essas audiências foram criticadas por não oferecerem espaço para opiniões divergentes e para perguntas da sociedade civil. A manifestação de hoje marca o início de um período de 90 dias para que empresas privadas interessadas apresentem suas propostas para os serviços da Compesa.
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