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Ciência assusta ao mostrar o que acontece com você que trabalha à noite

Enquanto a cidade dorme, eles mantêm o mundo girando. São os enfermeiros nos corredores silenciosos dos hospitais, os seguranças vigiando as ruas vazias, os operários nas fábricas que não param nunca. O trabalhador do turno da noite é um herói anônimo, que sacrifica seu ciclo natural para que a sociedade funcione 24 horas por dia.

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Nós nos acostumamos a pensar no trabalho noturno como um sacrifício social. Sabemos que é uma vida difícil, que inverte o relógio biológico, que afasta do convívio familiar e que gera um cansaço crônico.

Mas, e se eu te dissesse que o preço desse sacrifício é muito mais alto e assustador do que imaginamos? E se, enquanto você trabalha para cuidar dos outros ou para manter a produção, o seu próprio corpo e o seu cérebro estivessem em um processo de colapso lento e silencioso?

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Novas pesquisas científicas estão soando um alarme brutal: o trabalho noturno não apenas cansa; ele pode estar, literalmente, destruindo sua saúde por dentro.

O ‘apagão’ cerebral: o risco 79% maior de declínio cognitivo

A primeira e mais chocante revelação vem de um estudo da Universidade de York, no Canadá, com quase 50 mil adultos. A pesquisa descobriu uma ligação direta e assustadora entre o trabalho noturno e a saúde do cérebro.

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  • O resultado: Pessoas que trabalham atualmente no turno da noite apresentaram um risco 79% maior de desenvolver declínio cognitivo (problemas de memória, de raciocínio, de atenção) em comparação com quem trabalha durante o dia.
  • A causa: O grande vilão é a interrupção do nosso ritmo circadiano, o relógio biológico interno que regula tudo no nosso corpo. A exposição constante à luz artificial durante a noite, quando o cérebro deveria estar descansando no escuro, desregula completamente esse sistema e, a longo prazo, parece “corroer” as funções cognitivas.

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A ‘fábrica’ de gordura: como o turno da noite desregula seu metabolismo

E os danos não param no cérebro. O corpo inteiro sofre. Outra pesquisa, desta vez da Universidade de São Paulo (USP), mostrou como o trabalho noturno afeta o nosso peso e o nosso metabolismo. A combinação de privação de sono, refeições em horários irregulares e a luz artificial à noite afeta diretamente o eixo hormonal que controla a fome e a saciedade. O resultado é um ciclo vicioso:

  1. O corpo, confuso e estressado, entra em modo de armazenamento de gordura.
  2. Aumenta o desejo por alimentos rápidos e altamente calóricos, que são as opções mais comuns na madrugada.
  3. O ganho de peso se torna quase inevitável, o que, por sua vez, aumenta o risco de diabetes e doenças cardíacas.

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Mas eu preciso trabalhar à noite. Existe uma ‘luz’ no fim do túnel?

Para milhões de brasileiros, deixar o turno da noite não é uma opção. A solução, então, não é fugir, mas sim minimizar os danos. Se este é o seu caso, algumas atitudes são cruciais:

  • Crie uma ‘caverna’ para dormir: Durante o dia, seu quarto precisa ser um santuário do sono. Invista em cortinas blackout, use máscaras de dormir e protetores de ouvido. O ambiente precisa ser o mais escuro e silencioso possível.
  • Tenha disciplina na alimentação: Tente manter horários regulares para as suas principais refeições, mesmo nos dias de folga. Evite os “lanches de madrugada” e, se possível, leve comida de casa.
  • Movimente-se quando puder: Qualquer atividade física, mesmo uma caminhada leve, ajuda a regular o metabolismo e a combater os efeitos negativos do trabalho noturno.

A ciência está soando um alerta claro. O trabalho noturno é um fator de risco grave para a saúde. E, para os heróis que sacrificam suas noites, o autocuidado não é um luxo, mas uma questão de sobrevivência.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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