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Adeus carro chinês barato: o imposto que explode na terça-feira

Nos últimos anos, o consumidor brasileiro viveu uma verdadeira festa no mercado de automóveis. A chegada avassaladora das marcas chinesas, como a BYD e a GWM, inundou o país com carros elétricos e híbridos cheios de tecnologia, design e, o mais importante, com preços que pareciam um sonho.

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Essa “era de ouro” foi possível graças a um benefício do governo: o imposto de importação reduzido.

Mas a festa está acabando. E a ressaca promete ser forte. O governo já decretou o fim dos incentivos, e uma “guilhotina” de impostos está prestes a cair sobre os carros mais desejados do momento, com data e hora marcadas.

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Para você, que sonha em ter um carro elétrico ou híbrido na garagem, o recado é direto e brutal: este é, literalmente, o último fim de semana para comprar um carro barato no Brasil.

A partir de terça-feira, 1º de julho, a “bomba” do imposto explode, e os preços nunca mais serão os mesmos.

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A ‘ressaca’ do imposto: quanto os preços vão subir a partir de terça?

A contagem regressiva é real. Na virada de segunda para terça, a alíquota do imposto de importação para carros eletrificados vai sofrer um aumento pesado, tornando a compra de um modelo importado muito mais cara.

  • Carros Elétricos (BEV): O imposto vai saltar de 18% para 25%.
  • Híbridos Plug-in (PHEV): O imposto subirá de 20% para 28%.
  • Híbridos Comuns (HEV): O imposto aumentará de 25% para 30%.

Embora as montadoras não sejam obrigadas a repassar esse aumento imediatamente para os carros que já estão em seus pátios, é certo que os novos lotes que desembarcarem no Brasil a partir de segunda-feira já virão com os preços reajustados.

Veja mais: Argentina autoriza importação de carros por pessoas físicas

O ‘drible’ das montadoras: como elas vão tentar fugir do aumento

Você acha que as gigantes chinesas ficaram paradas esperando a “guilhotina”? Negativo. Elas se prepararam para a guerra e criaram estratégias para “driblar” o imposto e manter a competitividade.

  1. A ‘Arca de Noé’ de Carros: Sabendo do aumento, a BYD, por exemplo, fretou um navio gigante, o “Explorer No. 1”, e trouxe para o Brasil de uma só vez quase 7.000 carros. O objetivo foi criar um estoque gigantesco, nacionalizado com o imposto antigo, para continuar vendendo carros “baratos” por mais alguns meses.
  2. A ‘Fábrica de Mentirinha’: A partir de julho, BYD e GWM começam suas produções “nacionais”. Mas aqui há outro truque. A produção inicial será no modelo CKD/SKD, onde os carros chegam em kits desmontados da China e são apenas finalizados aqui. A brecha na lei é que o imposto para esses kits é muito menor (entre 16% e 18%), o que lhes garante uma vantagem de preço.

Veja mais: Bora garantir? China INVADE o Brasil com carro elétrico barato!

A ‘guerra’ que não acaba: o novo alvo das montadoras tradicionais

As montadoras tradicionais (Ford, VW, GM, etc.), representadas pela Anfavea, já perceberam o “drible” e não gostaram nada. Elas iniciaram uma nova guerra nos bastidores de Brasília.

O lobby agora é para que o governo aumente também o imposto sobre esses kits de montagem, para “proteger a indústria nacional de autopeças”.

A “morte” do carro chinês barato importado está decretada para esta segunda-feira. Mas a guerra de preços está longe de acabar. Uma nova batalha, a “guerra dos kits”, já começou, e o resultado dela definirá o futuro do seu próximo carro no Brasil.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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