A Arca de Noé do apocalipse: o Brasil sobreviveria a uma guerra?

As sirenes tocam em Washington, Moscou e Pequim. Em um pesadelo que se torna realidade, dezenas de mísseis nucleares são disparados, cruzando os céus para aniquilar seus alvos. O mundo, como o conhecemos, está prestes a acabar em uma série de explosões que ofuscam o sol. É o início da Terceira Guerra Mundial, a guerra nuclear.
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Enquanto o Hemisfério Norte mergulha no caos, nós, aqui no Brasil, nos agarramos a uma sensação de segurança. Olhamos para o mapa e nos sentimos distantes, protegidos por um oceano e por nossa neutralidade. “A bomba não chega aqui”, pensamos.
Acreditamos que nosso país seria uma espécie de “Arca de Noé”, um refúgio seguro para onde os sobreviventes do apocalipse poderiam fugir.
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Mas, será que essa nossa percepção de segurança é real ou apenas uma doce e perigosa ilusão? Em um conflito nuclear total, o Brasil conseguiria escapar ileso?
A análise fria de especialistas revela uma verdade de dois gumes: temos, sim, uma vantagem geográfica e política gigantesca, mas possuímos uma fraqueza fatal que poderia nos transformar de refúgio em alvo.
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O ‘escudo’ geográfico e político: por que o Brasil não é um alvo primário
Em um primeiro momento, a nossa sorte parece garantida. O Brasil, muito provavelmente, não estaria na lista de alvos prioritários de nenhuma superpotência nuclear. E os motivos para isso são claros e lógicos:
- Distância Estratégica: Estamos geograficamente muito distantes das principais zonas de tensão do mundo, como o Leste Europeu ou o Mar da China. Os mísseis balísticos intercontinentais seriam direcionados para os inimigos diretos.
- Neutralidade Nuclear: O Brasil é um país que assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Nós não temos bombas atômicas e, portanto, não representamos uma ameaça de retaliação que precise ser neutralizada.
- Ausência de Alvos Militares Estratégicos: Não abrigamos em nosso território bases militares de potências estrangeiras, como os EUA, nem sistemas de defesa antimísseis que poderiam ser considerados alvos estratégicos por seus inimigos.
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A ‘presa’ indefesa: a nossa incapacidade total de defesa
Se por um lado temos a sorte de não sermos um alvo óbvio, por outro temos o azar de sermos uma “presa” completamente indefesa.
Se, por qualquer razão estratégica, uma única ogiva nuclear fosse direcionada para o nosso território, nossa capacidade de defesa é, segundo especialistas, praticamente inexistente. Nós não possuímos nenhum sistema de interceptação de mísseis de longo alcance, como o Domo de Ferro de Israel ou os escudos antiaéreos americanos e russos.
Além disso, não temos uma cultura de preparação civil para um desastre dessa magnitude: não há abrigos nucleares públicos (bunkers) nem planos de evacuação em massa.
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O veredito: escaparíamos das bombas, mas não do apocalipse
Juntando as peças, o cenário mais provável é o seguinte: em uma guerra nuclear total entre as grandes potências, o Brasil, muito provavelmente, escaparia do impacto direto das bombas.
Nossas cidades não seriam os alvos principais e não seriam vaporizadas na primeira onda de ataques. Mas, e este é o “mas” que define tudo, nós não escaparíamos do apocalipse. As consequências indiretas seriam devastadoras:
- O Inverno Nuclear: A poeira e a fumaça das cidades destruídas no Hemisfério Norte subiriam para a estratosfera, bloqueando a luz do sol por anos. Isso causaria um resfriamento global, o colapso da agricultura e, consequentemente, a fome em escala planetária.
- A Radiação: As correntes de vento e marítimas espalhariam a radiação por todo o globo, contaminando o ar, a água e o solo, mesmo em países que não foram atingidos diretamente.
- O Fim da Civilização: A economia global, as rotas de comércio, a internet… tudo o que conhecemos como civilização entraria em colapso.
No fim das contas, em uma guerra nuclear, não existem refúgios. Ser poupado das bombas seria apenas ganhar um ingresso para assistir, da primeira fila, ao lento e doloroso fim do mundo.
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