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O cemitério de peixes que invadiu uma praia de SP

A manhã desta segunda-feira (23) deveria ter sido como qualquer outra na Praia do Perequê, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Moradores e turistas esperavam encontrar o sol, a areia e o barulho do mar. Mas, em vez disso, se depararam com uma cena macabra, um verdadeiro “cemitério” a céu aberto que chocou a todos. Mais de 100 peixes mortos estavam espalhados pela faixa de areia, trazidos pelas ondas.

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A imagem é assustadora e a primeira pergunta que surge na mente de qualquer um é imediata e carregada de medo: o que aconteceu aqui? O mar está envenenado? Existe alguma contaminação perigosa na água? O pânico e a incerteza tomaram conta do local.

Imediatamente, autoridades foram acionadas. Biólogos do Instituto Gremar e técnicos da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura correram para a praia para investigar o fenômeno.

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Mas, para a surpresa de todos, a solução para este mistério não era tão óbvia. As primeiras análises não encontraram nenhum sinal de poluição ou vazamento químico, o que tornou o enigma da mortandade em massa ainda mais complexo.

A ‘hipótese do veneno’: o medo de uma contaminação ambiental

A primeira teoria, e a mais assustadora, é a de que os peixes tenham sido vítimas de uma contaminação no mar. Isso poderia ser resultado de um vazamento de produto químico de algum navio, do descarte de esgoto industrial de forma irregular ou de alguma “maré vermelha”, fenômeno causado por algas tóxicas.

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Essa é a hipótese que mais preocupa banhistas e a comunidade local, pois poderia significar um risco iminente para a saúde humana e para toda a vida marinha da região.

No entanto, a prefeitura informou que, em uma primeira vistoria, não encontrou nenhuma evidência visual, como manchas de óleo ou alterações na água, que confirmasse essa teoria.

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O ‘crime’ da pesca: a suspeita de descarte ilegal por barcos

Com a falta de provas de contaminação, uma segunda teoria, apoiada pelos pescadores locais, ganha muito mais força. A culpa pela mortandade pode ser do descarte irregular da pesca comercial. Mas como isso funciona?

  1. Grandes barcos de pesca industrial usam redes de arrasto gigantescas, que capturam tudo o que veem pela frente.
  2. A triagem do que tem valor comercial é feita ali mesmo, em alto-mar.
  3. Peixes que são muito pequenos, que não têm valor de mercado ou cuja pesca é proibida são simplesmente jogados de volta ao mar, já mortos ou gravemente feridos.
  4. A correnteza, então, se encarrega de levar esse “lixo” da pesca até a faixa de areia.

Embora seja uma prática comum, o descarte em áreas tão próximas da costa é problemático e pode configurar um crime ambiental.

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O alerta das autoridades: ‘não toque e não coma’ os peixes

Enquanto a causa final não é confirmada por análises laboratoriais, o Instituto Gremar emitiu um alerta sério para a população: não toque, não recolha e, sob nenhuma hipótese, consuma esses peixes.

Como a origem da morte é desconhecida, eles podem estar contaminados com toxinas ou bactérias perigosas para a saúde humana. A recomendação é acionar imediatamente as autoridades ambientais para que a remoção seja feita de forma segura.

O “cemitério” na praia do Guarujá é um lembrete sombrio da complexa relação entre a atividade humana e a vida marinha.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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