Anac cancela certificado de operação da Voepass definitivamente

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu cancelar definitivamente o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass. Esse documento é essencial para que uma companhia aérea possa operar legalmente. Sem ele, a Voepass não pode realizar voos comerciais.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Com essa decisão, as atividades da Voepass, que tentava retomar suas operações desde o ano passado, estão encerradas. Em março deste ano, a Anac já havia suspenso os voos da empresa, após identificarem várias falhas em suas aeronaves que não foram corrigidas durante inspeções.
A Voepass tentou argumentar para manter a suspensão, pedindo mais tempo para apresentar justificativas e informações. No entanto, a Anac considerou que a empresa já havia recebido prazo suficiente para resolver os problemas, mas não o fez.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Durante uma reunião sobre o caso, a defesa da Voepass pediu uma nova chance, afirmando que a penalidade aplicada estava sendo imposta de maneira rápida e sem dar tempo para uma reestruturação. O relator do caso, Luiz Ricardo Nascimento, não aceitou os argumentos e afirmou que a Voepass teve o tempo necessário para corrigir suas falhas, mas não conseguiu. Ele destacou que não vê alternativa a não ser confirmar a penalidade imposta.
A Anac realizou uma operação para verificar os equipamentos da Voepass após um trágico acidente em 9 de agosto de 2024, que resultou na morte de 62 pessoas devido à queda de uma aeronave no município de Vinhedo, em São Paulo. Relatos recentes apontaram diversas falhas estruturais na empresa, incluindo deformações na fuselagem, danos na porta de carga e trincas entre a asa e a fuselagem, detectadas em quatro aeronaves diferentes.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
A Anac destacou que, por meio das auditorias, encontrou um cenário preocupante, com a perda de confiabilidade nos mecanismos internos da Voepass para detectar e corrigir problemas. As inspeções foram realizadas nas bases de manutenção da companhia localizadas em aeroportos de Ribeirão Preto, Guarulhos, Congonhas, Recife e Galeão. Em todas as situações, foram encontradas falhas sem registros de ações corretivas ou monitoramento adequado.
Nos últimos 18 meses, entre agosto de 2023 e fevereiro de 2025, a Anac abriu 15 processos administrativos sancionadores contra a Voepass. Além disso, em abril deste ano, a Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial, buscando alternativas para enfrentar sua situação financeira.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE