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Verdadeiro motivo dos brasileiros não comprarem carro elétrico sem ver preço

O futuro chegou, mas parece que ele se esqueceu de passar no Brasil. Enquanto as ruas de cidades na China, na Noruega e na Alemanha são cada vez mais dominadas pelo silêncio dos carros elétricos, por aqui, a paisagem sonora continua sendo a do motor a combustão. Vemos uma ou outra novidade, mas a revolução elétrica, que já é uma realidade lá fora, aqui ainda engatinha.

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Diante disso, a maioria de nós chega à mesma conclusão, que parece óbvia e irrefutável. “O problema é o preço”, dizemos. “Carro elétrico é um artigo de luxo, inacessível para o brasileiro comum”. Outros culpam a falta de pontos de recarga ou a desconfiança com a durabilidade das baterias.

Mas, e se eu te dissesse que todos esses são apenas sintomas, e não a doença principal? E se o verdadeiro “assassino” do carro elétrico no Brasil, o grande vilão que está ativamente freando essa evolução, for outro?

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O vice-presidente sênior da BYD no Brasil, a gigante chinesa que lidera as vendas de elétricos por aqui, cansou do silêncio e apontou o dedo diretamente para o verdadeiro culpado.

O ‘assassino’ revelado: a falta de políticas públicas, segundo o chefe da BYD

Para Alexandre Baldy, da BYD, o maior obstáculo para a popularização dos carros elétricos no Brasil não é o preço, mas sim a completa ausência de políticas públicas de incentivo por parte do governo.

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Em uma entrevista recente, o executivo foi enfático: enquanto outros países criam um ambiente favorável para a transição, o Brasil assiste de braços cruzados.

Ele argumenta que, sem um estímulo claro do governo, o consumidor brasileiro, mesmo sabendo dos benefícios, não consegue superar a barreira do custo inicial do veículo.

Veja mais: Quanto tempo leva e quando gasta carregar um carro elétrico

O ‘antídoto’: o que seria uma política de incentivo de verdade?

O que o chefe da BYD está pedindo não é nada de outro mundo, mas sim um conjunto de ações que já foram testadas e aprovadas em países onde a revolução elétrica aconteceu.

  • Incentivos Fiscais Reais: Ações como a do Distrito Federal, que oferece isenção de IPVA para carros elétricos e híbridos, deveriam ser uma política nacional, e não uma exceção. A redução de outros impostos, como o IPI, também seria crucial.
  • Programas de Renovação de Frota: O governo poderia criar programas que dessem um bônus ou um desconto significativo para quem trocasse um carro velho e poluente por um modelo elétrico novo, ajudando a limpar o ar das cidades e a impulsionar o mercado.

Veja mais: Carro elétrico: descubra se você está pagando IPVA desnecessário!

A economia ‘absurda’ que o brasileiro está perdendo

O mais frustrante, segundo a visão do executivo, é que o brasileiro está perdendo a chance de uma economia brutal no dia a dia.

A falta de incentivo para a compra o impede de acessar benefícios financeiros gigantescos no longo prazo.

  • Custo de ‘combustível’: Abastecer um carro elétrico com energia em casa pode ser até cinco vezes mais barato do que encher um tanque com gasolina.
  • Custo de manutenção: A economia com manutenção pode chegar a impressionantes 90%. Um carro elétrico não tem troca de óleo, de velas, de correia dentada, de sistema de escapamento… A lista de peças e serviços que simplesmente deixam de existir é enorme.

A conclusão de Baldy é um recado direto para Brasília. A tecnologia está pronta, os carros estão chegando e os benefícios para o bolso do consumidor e para o meio ambiente são inegáveis.

Mas, enquanto o governo não remover as barreiras e agir como um facilitador, e não como um freio, o Brasil continuará assistindo à maior revolução da indústria automotiva pelo retrovisor.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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