Expectativa por dividendos extraordinários cresce entre investidores

A Petrobras, por meio de sua ação PETR4, pode anunciar ainda este ano o pagamento de dividendos extraordinários, de acordo com alguns analistas do mercado financeiro. Essa possibilidade marca uma mudança em relação às previsões feitas há poucos meses, quando a situação econômica dos Estados Unidos era considerada um grande obstáculo para a distribuição de proventos.

Anteriormente, as metas tarifárias e a expectativa de um possível conflito no cenário internacional, que poderiam reduzir a demanda global por petróleo, geravam incertezas sobre a capacidade da Petrobras de oferecer dividendos adicionais. Contudo, recentemente, as tensões entre Irã e Israel e os comentários feitos por representantes do governo brasileiro têm elevado as expectativas dos investidores.

A guerra entre Irã e Israel resultou em um aumento no preço do petróleo, que está agora na faixa de US$ 80 por barril, comparado aos US$ 60 que costumava ser. A situação impulsionou a atenção do governo, que sinalizou a importância dos dividendos da Petrobras em seus planos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou que está em curso a negociação para a obtenção de dividendos extraordinários das estatais, como parte do cumprimento da meta fiscal para 2025.

Nesta semana, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou que a empresa fará grandes esforços para efetuar esses dividendos extraordinários, embora tenha ressaltado que o mercado de petróleo será um fator determinante para isso.

O analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, afirmou que a trajetória para o pagamento de dividendos já parece estar definida. Ele acredita que a Petrobras cumprirá essa meta porque o governo depende desses recursos para equilibrar as contas do ano. Spiess também mencionou a relevância de se considerar a empresa, tendo em vista o cenário de preços e as possíveis movimentações eleitorais.

Os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, do Bradesco BBI e Ágora, destacaram que as declarações da CEO reforçam que os dividendos extraordinários estão entre as prioridades de alocação de capital da Petrobras. Eles apontam que a capacidade da companhia de efetuar esse pagamento dependerá da duração do preço do petróleo na faixa entre US$ 70 e 80 por barril. Em abril, o Bradesco BBI já havia removido a expectativa de um pagamento extraordinário de US$ 2 bilhões da Petrobras, mas a atual situação parece ter revigorado as discussões sobre essa possibilidade.