Brasil critica ataques de Israel e EUA a instalações no Irã

O governo brasileiro manifestou grave preocupação com o aumento das tensões militares no Oriente Médio. Em um comunicado divulgado neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores condenou os ataques realizados por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. O Ministério considerou essas ações como uma violação da soberania do Irã e do direito internacional.
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O Itamaraty destacou que qualquer ataque a instalações nucleares é uma violação da Carta das Nações Unidas e das normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essas operações militares podem acarretar sérios riscos à vida e à saúde das populações civis, além de gerar potenciais desastres ambientais causados pela contaminação radioativa.
O governo brasileiro reiterou sua posição histórica sobre o uso da energia nuclear apenas para fins pacíficos e rejeitou veementemente a proliferação nuclear, especialmente em regiões como o Oriente Médio, que enfrentam instabilidades geopolíticas. Além disso, o Itamaraty criticou os ataques a áreas densamente povoadas, que têm causado um aumento no número de vítimas e danos a infraestruturas civis, incluindo hospitais que devem ser protegidos pelo direito internacional humanitário.
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O Brasil pediu que todos os envolvidos no conflito exerçam máxima contenção e destacou a urgência de uma solução diplomática para interromper o ciclo de violência. O Ministério alertou que a atual escalada militar pode resultar em danos irreversíveis à paz e à estabilidade tanto na região quanto globalmente, afetando também os esforços de desarmamento e não proliferação nuclear.
Recentemente, Israel lançou um ataque ao Irã, alegando que o país estava próximo de desenvolver uma arma nuclear. No sábado, os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas, localizadas em Fordow, Natanz e Esfahan. O governo iraniano defendeu que seu programa nuclear tem apenas objetivos pacíficos e que estava em processo de negociação com os EUA para assegurar o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual faz parte.
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Entretanto, a AIEA afirmou que o Irã não tem cumprido todas as suas obrigações, embora não tenha encontrado evidências concretas de que o país esteja construindo uma bomba atômica. O Irã respondeu acusando a agência de ser influenciada politicamente pelas potências ocidentais, como os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, que apoiam Israel na sua oposição a Teerã.
Em março, informações de inteligência dos Estados Unidos afirmaram que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares, embora essa informação tenha gerado controvérsias, especialmente após o questionamento do próprio presidente Donald Trump. Apesar das preocupações de Israel, que não aceita que o Irã possua armas nucleares, diversas fontes históricas sugerem que o país mantém um programa nuclear secreto desde a década de 1950, capaz de produzir pelo menos 90 ogivas atômicas.
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