À beira da recessão: 3 sinais de que a Rússia não aguenta outro conflito
Sabe aquele momento em que todo mundo percebe que o dinheiro está acabando e a conta não fecha mais?

É essa sensação que tomou conta do governo russo. O próprio ministro da Economia da Rússia, Maxim Reshetnikov, afirmou nesta quinta-feira (19) que a Rússia está à beira da recessão. Para ele, as próximas decisões de política monetária serão determinantes para evitar uma contração econômica ainda maior.
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“De acordo com os sentimentos e indicadores empresariais atuais, já estamos, me parece, à beira de uma recessão. À beira”, declarou durante um painel do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
O primeiro sinal de alerta é o cansaço da economia. A alta dos juros, usada para tentar segurar a inflação, acabou travando o consumo e os investimentos internos. O crédito secou e as empresas já sentem a dificuldade para fechar o mês.
Pequenos negócios começaram a demitir, e até grandes indústrias reduziram turnos. Quem depende do básico está revendo prioridades, deixando claro que até a vida cotidiana ficou mais difícil. O russo médio já sente a diferença no bolso: preços mais altos, salários apertados e pouca perspectiva de melhora.
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Outro sintoma que não dá para ignorar é a dependência de recursos para a máquina militar. Desde o início da guerra na Ucrânia, o orçamento estatal priorizou gastos com defesa, desviando dinheiro de áreas essenciais, como saúde e infraestrutura.
O problema é que esse esforço extra começou a dar sinais de esgotamento. As reservas internacionais estão bloqueadas por sanções e o caixa do governo depende, cada vez mais, de receitas do petróleo, que perderam força com o mercado internacional mais fechado. Se aparecer uma nova frente de conflito, não existe mais espaço para remanejar dinheiro sem sacrificar o básico para a população.
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O terceiro sinal é o clima de incerteza nas cidades russas. Empresários relatam queda na demanda, adiamento de projetos e até fechamento de fábricas em algumas regiões. A confiança desapareceu: poucas famílias investem, e o mercado interno parou de girar como antes.
A combinação de juros altos, inflação e falta de perspectiva levou o consumidor a segurar até pequenos gastos. Esse efeito em cadeia só faz acelerar o risco de uma recessão aberta, deixando o país ainda mais vulnerável a choques externos.
Quando um governo anuncia publicamente que está “à beira da recessão”, o recado é direto: não há margem para erros ou aventuras. Economistas já falam em cortar urgentemente os juros, mas alertam que a solução não é simples.
Se baixar demais, a inflação pode escapar de vez. Se demorar, a contração econômica pode ser ainda mais profunda e difícil de reverter. Tudo isso em um cenário onde Moscou já não tem os aliados financeiros de antes e enfrenta restrições cada vez maiores para negociar internacionalmente.
A Rússia à beira da recessão representa, na prática, um limite para qualquer pretensão de ampliar guerras ou bancar conflitos de longo prazo. O risco é real: sem fôlego econômico, o país pode ser forçado a priorizar o básico e deixar de lado qualquer plano de confronto externo. Isso não significa, claro, que a tensão internacional acabou, mas mostra que a economia virou a peça-chave do xadrez político russo.
No fim das contas, quem vive por lá já sente o impacto no dia a dia e observa com apreensão as próximas decisões do governo. O futuro do país agora depende menos da vontade política e muito mais da capacidade de reerguer a economia antes que a recessão se instale de vez. E você, já percebeu como a economia pode mudar todo o rumo de um país?
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