Existem ‘concursos fantasmas’ e eles são sua melhor chance

Você conhece a cena de cor. A mesa está lotada de livros, apostilas e resumos. Os fins de semana se tornaram dias de estudo, a vida social foi pausada e a ansiedade é uma companheira constante. Tudo isso por um único sonho: a estabilidade de um cargo público.

Mas, ao olhar o número de inscritos para aquele concurso federal dos sonhos — centenas de milhares de pessoas para poucas vagas —, o desânimo bate forte. Parece uma batalha impossível.

O esforço do concurseiro é hercúleo, uma verdadeira maratona de dedicação. Você estuda, se aprofunda, resolve questões.

Mas, e se todo esse empenho monumental estiver sendo direcionado para a guerra errada? E se, enquanto você tenta lutar em um campo de batalha lotado e sangrento, existissem outros territórios férteis e quase desprotegidos, esperando para serem conquistados?

A verdade é que, enquanto a manada de candidatos se digladia pelas vagas mais famosas e disputadas, um universo paralelo de oportunidades existe e é ignorado pela maioria.

São os “concursos fantasmas”: editais que não têm o mesmo glamour, mas que oferecem salários dignos, estabilidade e, o mais importante, uma concorrência infinitamente menor. Aprender a enxergar esses “fantasmas” é o maior segredo para encurtar seu caminho até a aprovação.

Como identificar um ‘concurso fantasma’ e fugir da multidão

Essas oportunidades não aparecem em grandes manchetes, mas estão por toda parte para quem sabe onde procurar. Para começar a sua “caça aos fantasmas”, você precisa ajustar o seu radar e focar em quatro características principais:

• Olhe para as prefeituras: Esqueça um pouco os concursos federais. Prefeituras de cidades menores ou do interior costumam lançar ótimos editais com uma concorrência local, muito mais baixa que a nacional.
• Considere os contratos temporários: Muita gente torce o nariz para vagas temporárias, o que diminui drasticamente o número de inscritos. Um cargo temporário pode ser uma excelente porta de entrada para o serviço público e uma forma de ganhar experiência e tranquilidade para estudar para outros concursos.
• Busque órgãos “sem grife”: Todo mundo quer a Receita Federal, a Polícia Federal ou o Banco Central. Mas, e os conselhos regionais (de engenharia, medicina, etc.), as agências reguladoras menos conhecidas ou as fundações públicas? A concorrência neles é muito menor.
• Ame os editais com requisitos: O edital exige uma formação técnica muito específica? Tem um limite de idade? Exige teste físico? Cada requisito a mais é um filtro que elimina milhares de concorrentes, deixando o caminho livre para você.

Veja mais: INSS assegura salário-maternidade em situações de adoção; descubra mais.

Conheça sua ‘banca’: o DNA da prova que vai te aprovar

Não adianta encontrar um “concurso fantasma” se você não souber lutar no terreno dele. Cada concurso é organizado por uma “banca” (empresa) diferente, e cada uma tem um estilo, um “DNA”. Bancas como a FGV e o Cebraspe são famosas por serem “carrasco”, com questões complexas e cheias de pegadinhas.

Outras, como a Fundação Carlos Chagas (FCC) ou o Instituto AOCP, são conhecidas por serem mais diretas e literais. Estudar o perfil da sua banca é tão importante quanto estudar a matéria.

Veja mais: Cadastro Único gera 98% dos empregos em 2024 e reduz desigualdade

O plano de ataque: estude com inteligência, não só com esforço

Depois de encontrar seu alvo, o segredo é a estratégia. Não basta se trancar no quarto e ler por 12 horas seguidas.

• Foco de sniper: Escolha UM concurso e estude o edital dele de cabo a rabo. Atirar para todos os lados é a fórmula do fracasso.
• Qualidade vence quantidade: Duas horas de estudo focado, com o celular desligado, valem mais do que oito horas de leitura dispersa.
• Treino é jogo: Resolva provas antigas da sua banca incansavelmente. Simule as condições reais, com cronômetro, para dominar não só o conteúdo, mas também o tempo e a ansiedade. É essa preparação inteligente, e não apenas o esforço bruto, que te levará até a vaga que ninguém mais viu.