Prisão de Cristina Kirchner pode reanimar o peronismo, diz jornalista

A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada a seis anos de prisão domiciliar por corrupção em uma decisão confirmada pela Corte Suprema do país. Esta condenação gerou uma onda de protestos em Buenos Aires, com milhares de pessoas indo às ruas em apoio a Kirchner.

A condenação se baseia na alegação de que, durante sua presidência, ela teria permitido irregularidades envolvendo obras públicas na província de Santa Cruz, sem, no entanto, haver provas diretas de que ela tenha se beneficiado pessoalmente. A jornalista Érika Gimenez, coordenadora da ARG Medios, destaca que a decisão judicial representa um exemplo de “lawfare”, que é o uso do sistema judiciário para prejudicar adversários políticos. Segundo ela, isso se evidencia pela proximidade dos juízes e procuradores envolvidos no caso com o ex-presidente Mauricio Macri.

Em meio à condenação, o clima nas ruas de Buenos Aires foi de otimismo, com muitos manifestantes acreditando que a mobilização poderia ser um impulso para a resistência política. A situação econômica do país, sob a presidência de Javier Milei, é bastante complicada, e muitas pessoas encontraram nas manifestações uma razão para continuar lutando por seus direitos. Kirchner, mesmo em prisão domiciliar, se juntou aos protestos por meio de uma videoconferência.

Gimenez sinaliza que a forte mobilização popular pode ser uma chance de renovação política, sugerindo que o peronismo e a esquerda podem se unir em um momento histórico e desafiador para o país. Ela menciona que Kirchner possui aliados influentes como Axel Kicillof e Juan Grabois, que devem se reorganizar em torno de uma causa comum.

As eleições legislativas na Argentina estão marcadas para outubro, e a disputa deve ser intensa, especialmente na província de Buenos Aires. A jornalista explica que o desafio será transformar essa mobilização popular em um movimento político eficaz, capaz de apresentar soluções concretas para as necessidades da população. A expectativa é que uma união forte entre as forças progressistas do país possa facilitar essa tarefa.