Filme Extermínio aborda reflexões do mundo pós-pandemia

“Extermínio: A Evolução”, novo longa-metragem da franquia de terror, estreou em um mundo marcado por grandes desafios sociais e crises. A produção, que chega aos cinemas mais de duas décadas após o primeiro filme, revisita temas contemporâneos, como a pandemia de coronavírus, as consequências do Brexit e as incertezas climáticas e geopolíticas.
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Essa sequência retoma a direção de Danny Boyle e o roteiro de Alex Garland, que, juntos, criaram uma alegoria de um planeta devastado por um vírus. No filme de 2002, a narrativa se centrava em uma distopia onde o governo lutava para lidar com a crise. Agora, “Extermínio: A Evolução” vai além da metáfora, trazendo uma reflexão mais direta sobre o Ocidente no século 21.
O impacto visual do novo filme é intensificado pela volta do diretor de fotografia Anthony Dod Mantle. Enquanto o primeiro longas-metragem usou câmeras digitais que simulavam a aparência de vídeos em uma Londres vazia, a nova produção incorpora tecnologia atual, como iPhones 15 Pro Max e drones, que ampliam as paisagens rurais do norte da Inglaterra. Essa abordagem moderna cria uma textura visual intensa, alinhada com a temática de um mundo à beira do colapso, onde um vírus transforma seres humanos em criaturas selvagens e perigosas.
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A discussão sobre a natureza dos monstros da franquia—se são zumbis ou “infectados”—continua a alimentar debates entre os fãs do gênero. No entanto, o foco está na representação dos humanos alterados, simbolizando uma Inglaterra fragmentada, cercada por conflitos de poder e inseguranças sobre seu papel global.
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A política, embora menos explícita do que no primeiro filme, permeia a narrativa através das ações dos personagens. A história gira em torno de Spike, um jovem interpretado por Alfie Williams, que enfrenta desafios constantes enquanto busca sobreviver em um mundo em desordem. A jornada dele é repleta de encontros com figuras de poder, refletindo as dinâmicas familiares e sociais de um contexto caótico.
Além disso, Boyle utiliza uma abordagem visual inovadora, trazendo fragmentos de obras clássicas, como “Henrique V”. Essas intertextualidades ajudam a enriquecer a narrativa, oferecendo uma perspectiva mais profunda sobre os conflitos enfrentados pelos personagens. As cenas são complementadas com vozes e cânticos que instauram um comentário sobre os eventos em tela, criando uma experiência imersiva para o espectador.
O filme, a partir de seu início impactante, mergulha em um conjunto de eventos dramáticos, apresentando um massacre inusitado para o gênero de terror. Apesar de alguns momentos carregados de emoção, Boyle consegue equilibrar a intensidade, entregando um trabalho que é considerado um dos melhores desde o primeiro “Extermínio”.
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