A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta segunda-feira (16), solicitando a anulação do acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid. A argumentação dos advogados baseia-se na alegação de que Cid teria mentido durante seu interrogatório na semana passada e descumprido os termos de sigilo do acordo, firmado com a Polícia Federal nas investigações relacionadas a uma suposta trama golpista.
Os advogados argumentaram que “o delator mentiu novamente, e sua falta de veracidade acoberta uma série de incoerências que afetam os depoimentos prestados”. Eles destacaram que os novos fatos revelados após os interrogatórios são considerados graves.
O pedido da defesa ocorreu depois que uma revista divulgou que Cid teria mentido em seu depoimento. Durante a oitiva, ele foi questionado se conhecia os perfis @gabrielar702 e Gabriela R, no Instagram, associados ao nome de sua esposa, Gabriela Cid. Cid afirmou não saber se esses perfis pertenciam à sua esposa e garantiu que não utilizou redes sociais para se comunicar com outras pessoas envolvidas nas investigações.
A defesa de Bolsonaro levantou a hipótese de que Cid poderia ter usado esses perfis para vazar informações sobre seus próprios depoimentos na delação. Segundo as cláusulas do acordo de delação, os depoimentos devem permanecer em sigilo, e qualquer violação pode resultar em penalidades severas, inclusive a perda de benefícios, como a possibilidade de responder ao processo em liberdade.
Em resposta às alegações, os advogados de Mauro Cid disseram que a reportagem que os citou era “mentirosa” e solicitaram uma investigação sobre a titularidade dos perfis mencionados. Eles afirmaram que “esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid”, ressaltando que, apesar da coincidência de nome com sua esposa, não existe qualquer relação entre eles.
