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Árvore cai, catacumba aparece na Amazônia e revela segredos antigos

Em maio de 2025, uma descoberta arqueológica impressionante aconteceu no município de Fonte Boa, no Amazonas, quando a queda de uma árvore gigante expôs sete urnas funerárias indígenas enterradas a aproximadamente 40 centímetros de profundidade.

O que parecia ser apenas mais um incidente natural se transformou em uma janela para o passado, revelando práticas funerárias e rituais ancestrais, além de evidências de uma ocupação sofisticada e permanente na região amazônica.

A descoberta, que foi feita por um ribeirinho local, trouxe à tona restos humanos, ossos de peixes e tartarugas, além de fragmentos cerâmicos e outros artefatos. Esses objetos estavam ligados a práticas rituais que, até então, eram pouco conhecidas pelos arqueólogos.

O local da escavação, chamado Lago do Cochila, é uma ilha artificial que, de acordo com os pesquisadores, foi criada por povos ancestrais da região do Médio Solimões, utilizando técnicas de engenharia que permitiam resistir às constantes cheias dos rios da Amazônia.

A revelação do local de escavação e a importância da parceria com a comunidade local foi fundamental para o sucesso da pesquisa. Esse achado abre portas para a reinterpretação da história dos povos indígenas da Amazônia e destaca a necessidade de continuar explorando a rica herança cultural da região.

Quantos mistérios a Amazônia esconde? Uma árvore caída provou que são inúmeros e cada vez mais arrepiantes; veja o que se sabe.
Quantos mistérios a Amazônia esconde? Uma árvore caída provou que são inúmeros e cada vez mais arrepiantes; veja o que se sabe – Foto: Pixabay.

O que as urnas funerárias revelam sobre os antigos povos da Amazônia

As urnas funerárias encontradas na Amazônia possuem características inéditas e chamam a atenção por seu grande volume e pelo fato de não possuírem tampas cerâmicas visíveis, sugerindo que foram seladas com materiais orgânicos que se decomporam ao longo do tempo.

Isso é um indicativo de práticas funerárias complexas, que não apenas refletiam a morte, mas também uma relação profunda com o ambiente ao redor.

De acordo com os arqueólogos envolvidos na escavação, esses artefatos podem estar ligados a um “horizonte cerâmico” ainda desconhecido, o que abre novas possibilidades de pesquisa sobre a história das tradições cerâmicas na região do Alto Solimões.

As urnas foram feitas com argilas especiais, como a argila esverdeada rara e faixas vermelhas, cujas características não estão associadas a outras culturas já documentadas na Amazônia. Isso pode sugerir a existência de um grupo indígena com práticas culturais e técnicas cerâmicas únicas.

A importância das ilhas artificiais e os avanços tecnológicos

Outro aspecto fascinante dessa descoberta é a evidência de que os povos antigos da Amazônia utilizavam ilhas artificiais construídas com solos e fragmentos cerâmicos retirados de outras regiões.

Essas estruturas demonstram um conhecimento avançado em engenharia e manejo ambiental, permitindo que os antigos habitantes da região sobrevivessem mesmo em áreas propensas a inundações.

Essas ilhas artificiais não eram apenas locais de habitação, mas também pontos de apoio para atividades cotidianas como a agricultura, rituais religiosos e a construção de plataformas para moradias.

A descoberta de que essas ilhas eram ocupadas de forma permanente altera a visão anterior dos arqueólogos sobre a região amazônica, que era considerada uma área de uso temporário pelos povos indígenas, principalmente durante os períodos secos.

Além de desafiadora, a escavação em solo alagadiço demandou soluções criativas. Para realizar a escavação, a equipe precisou construir plataformas de madeira e cipós, que foram essenciais para o trabalho no ambiente úmido e alagado da Amazônia.

Esse tipo de esforço evidencia as dificuldades técnicas enfrentadas pelos arqueólogos e destaca a importância da colaboração entre ciência moderna e conhecimento tradicional local.

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O futuro da pesquisa e o impacto na arqueologia amazônica

Após a escavação, as urnas foram transportadas para o Instituto Mamirauá, onde passaram por análises detalhadas. A equipe de pesquisa está animada com as novas possibilidades de revisão histórica que surgem com a descoberta.

Ao longo das próximas semanas, espera-se que mais artefatos sejam encontrados, principalmente em árvores que caíram recentemente na região do Lago do Cochila.

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A continuação das escavações tem o objetivo de expandir o conhecimento sobre os povos ancestrais da Amazônia, e a colaboração com as comunidades locais tem sido fundamental para o sucesso da pesquisa.

A descoberta das urnas funerárias e das ilhas artificiais abre caminho para reinterpretações de nossa compreensão sobre a história indígena e seus métodos de ocupação e resistência ambiental.

Esses achados não apenas revelam segredos sobre os rituais e modos de vida de antigas civilizações amazônicas, mas também ressaltam a importância da preservação e do respeito à cultura local.

Com mais pesquisas e descobertas como essas, a arqueologia da Amazônia pode trazer novas luzes sobre um passado ainda pouco explorado e compreendido.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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