Netanyahu afirma que eliminar líder do Irã pode resolver conflito

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (16) que a eliminação do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, seria a solução para o conflito entre os dois países. A afirmação ocorre em meio a intensos confrontos, após Israel ter lançado ataques a importantes instalações nucleares e militares no Irã na última sexta-feira (13). Esses ataques resultaram na morte de comandantes e cientistas nucleares iranianos. Em resposta, o Irã efetuou disparos de mísseis direcionados a Tel Aviv e outras localidades israelenses.
Netanyahu concedeu entrevistas a veículos de comunicação dos Estados Unidos, enfatizando a necessidade dos ataques e caracterizando a situação como uma “luta entre a civilização e a barbárie”. Em uma dessas entrevistas, ao falar sobre a justificativa dos ataques, comparou Khamenei a um “Hitler moderno”. Ele também se referiu ao veto do presidente americano, Donald Trump, a um plano que teria como alvo o líder supremo iraniano, dizendo que essa ação não escalaria o conflito, mas o encerraria. No entanto, não confirmou se a estratégia israelense atual visa diretamente Khamenei.
O primeiro-ministro qualificou Khamenei como alguém que expressa um “fanatismo antissemita” e afirmou que ele não pararia suas ações hostis. Para Netanyahu, Israel tem a responsabilidade de garantir que o Irã não tenha recursos para realizar suas ameaças. Ele alertou para o desejo do Irã de promover um conflito contínuo, afirmando que isso está levando a uma situação de risco de guerra nuclear. Segundo ele, os esforços de Israel visam impedir essa ameaça e trazer a paz à região.
Netanyahu fez uma declaração contundente ao comentar sobre a possibilidade de ataques futuros, sugerindo que a situação poderia se estender além de Tel Aviv, mencionando até cidades como Nova York. Afirmou que conter o programa nuclear iraniano é essencial para evitar uma guerra devastadora e alcançar a paz no Oriente Médio.
Por outro lado, no domingo (15), o governo iraniano fez um apelo para que o conflito com Israel não se intensificasse em uma guerra regional. Essa declaração foi feita após Israel ter bombardeado um campo de extração de gás natural no Golfo Pérsico, que é uma área de interesse estratégico dividido entre Irã e Qatar.
Além disso, essas tensões vêm em um contexto mais amplo. O chanceler iraniano, Abbas Aaghchi, fez uma das primeiras declarações conciliatórias desde que Israel iniciou uma série de ataques a instalações nucleares do Irã, que buscavam, segundo Israel, impedir o desenvolvimento de armas nucleares, causando danos à infraestrutura militar iraniana e resultando na morte de várias figuras proeminentes do exército iraniano.
Simultaneamente, os houthis, rebeldes apoiados pelo Irã que controlam grande parte do Iémen, anunciaram, no mesmo dia, que lançaram mísseis em um ataque coordenado com Teerã, indicando uma possível expansão do conflito regional.