Herdeira da Walmart pede mobilização em protestos contra Trump

Christy Walton attends the 28th Annual Imagen Awards at The Beverly Hilton Hotel on August 16, 2013 in Beverly Hills, California.
Getty ImagesA herdeira do Walmart, Christy Walton, que é uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos, está se posicionando contra o ex-presidente Donald Trump. Com uma fortuna estimada em 19,3 bilhões de dólares, Walton pagou por um anúncio de página inteira no New York Times. No anúncio, ela pede mobilização para um ato contra Trump marcado para o dia 14 de junho.
O anúncio traz a frase “No Kings”, que se refere a uma organização política que está promovendo protestos contra Trump em várias partes do país. Neste dia, Trump também está programado para realizar um desfile militar em Washington, D.C. De acordo com os organizadores, mais de 1.800 eventos estão planejados para esse sábado, com a expectativa de que seja a maior manifestação de um único dia desde o início do governo Trump.
O site da campanha “No Kings” afirma que os americanos não devem aceitar a figura de um líder autoritário. O texto do anúncio de Walton destaca a importância de cuidar de veteranos e crianças, defender os direitos civis e aceitar a diversidade de opiniões.
Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, uma das organizações que está colaborando com a mobilização, afirmou que cidadãos de diferentes origens apoiam a iniciativa, que busca reafirmar que os presidentes devem responder ao povo e não ao autoritarismo.
Uma pessoa próxima a Walton, que preferiu não se identificar, disse que o anúncio é uma mensagem pessoal dela, incentivando todos a participarem pacificamente dos protestos. Walton foi enfática em condenar a violência e enfatizou a importância do diálogo.
É importante notar que a ação de Walton não está associada ao Walmart. Assim, Joe Pennington, diretor de comunicação da empresa, destacou que as opiniões expressas no anúncio não representam a posição da companhia. A relação entre Walmart e a administração Trump tem sido tensa, especialmente após críticas de Trump a Walmart sobre preços e tarifas internacionais.
Walton possui cerca de 1,9% das ações do Walmart, um legado que recebeu após a morte do marido em 2005. A família Walton, proprietária do Walmart, é uma das mais ricas do mundo. O filho de Walton, Lukas, também é bilionário e dirige iniciativas focadas em investimentos sustentáveis.
Embora Walton não critique diretamente Trump, sua participação em eventos de arrecadação de fundos para a adversária política dele indica sua insatisfação com a administração atual. Em 2022, ela fez contribuições políticas que totalizaram mais de 700 mil dólares, incluindo doações para comitês que apoiam o Partido Democrata.
Esta não é a primeira vez que Walton se manifesta publicamente. Em março, ela também publicou um anúncio no New York Times pedindo que as pessoas participassem de reuniões comunitárias e se comportassem de maneira civilizatória.
Walton é uma das poucas bilionárias que expressa oposição a Trump, refletindo um panorama onde alguns dos mais ricos dos Estados Unidos criticam a administração dele, especialmente em relação a políticas tarifárias e questões de imigração. Enquanto isso, outros bilionários como Ken Griffin, fundador de um grande fundo de hedge, também têm se posicionado contra Trump, chamando a atenção para os possíveis impactos negativos das políticas do ex-presidente.
A movimentação de Walton e de outros milionários demonstra a crescente divisão entre os grandes investidores e suas visões sobre a política nacional, especialmente em tempos de crise social e econômica.