Governo Castro reduz tarifa de trens e metrô para R$ 4,70 no RJ

O governo do Rio de Janeiro anunciou uma redução no preço das passagens de metrô e trens urbanos para R$ 4,70. A expectativa é recuperar cerca de 500 mil passageiros por dia nos transportes sobre trilhos da região.
O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, informou que a medida terá um custo estimado de R$ 300 milhões neste ano e R$ 500 milhões em 2026. Os recursos necessários virão do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP).
Desde fevereiro, a administração estadual vem planejando implementar o programa Tarifa RJ, que visa criar uma tarifa única para os transportes da região metropolitana. Essa ação é uma tentativa de reverter a queda no número de usuários, especialmente no metrô, que perdeu milhões de passageiros desde o início da pandemia.
No contexto atual, o metrô do Rio é considerado o mais caro do país. Isso acontece porque sua operação não recebe subsídios, ou seja, os custos são totalmente cobertos pelos passageiros. Para os que têm renda mensal abaixo de R$ 3,2 mil, há uma tarifa social reduzida para R$ 5.
Em março, uma redução das tarifas das barcas já havia mostrado resultados positivos, com um aumento no número de usuários na linha Charitas–Praça 15, após a passagem passar de R$ 21 para R$ 7,70, devido a um convênio entre a Secretaria Estadual de Transporte e a Prefeitura de Niterói. As linhas Arariboia, Cocotá e Paquetá também tiveram a tarifa reduzida de R$ 7,70 para R$ 4,70.
A nova tarifa tem gerado discussões. Juciano Rodrigues, do Observatório das Metrópoles, apontou que a redução é benéfica, pois permite que mais pessoas tenham acesso ao transporte. No entanto, ele enfatizou a necessidade de transparência sobre os processos e acordos envolvidos, especialmente em um ano eleitoral, onde há receios sobre a motivação da medida.
Por sua vez, o especialista em mobilidade urbana, Daniel Santini, alertou que o aumento contínuo das tarifas não é a solução para os desafios do transporte ferroviário. Ele destacou que é preciso abordar questões mais profundas, como a forma como o sistema é organizado e as violências associadas à cobrança das tarifas.
Santini defendeu a ideia de que a mobilidade deveria ser vista como um direito, sugerindo a implementação de políticas de subsídio mais amplas e a revisão dos investimentos em transporte. Para ele, isso poderia transformar a maneira como a mobilidade é tratada, beneficiando a população que depende desse meio de transporte.