Notícias

Movimento dos Trabalhadores por Direitos exige esclarecimentos do Estado em audiência pública no RS

Na manhã desta quarta-feira, 22 de maio, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul realizou uma audiência pública que destacou as demandas da população mais vulnerável. O evento, promovido pela Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, contou com a participação de membros do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), que celebra 25 anos de existência.

O MTD foi criado em 1999, a partir da ocupação de uma fábrica desativada, com o objetivo inicial de lutar por melhores condições de emprego. Nos anos seguintes, o movimento expandiu suas atividades e passou a abordar várias questões sociais, como moradia, segurança alimentar, combate à violência de gênero e inclusão de pessoas com deficiência.

Durante a audiência, os representantes do MTD expressaram sua preocupação com a precarização das condições de vida dos mais pobres e a redução de políticas públicas que atendem essa população. A reunião foi uma oportunidade para destacar a urgência de se enfrentar problemas como a violência de gênero, que no estado já registrou 34 feminicídios em 2025. Bruna Fiúza, militante do MTD, enfatizou a necessidade de reativar a Secretaria de Políticas para as Mulheres para proteger as mulheres que, frequentemente, não se sentem seguras nem em suas próprias casas.

A jovem Clara Fraga, com apenas 15 anos e integrante do movimento, trouxe à tona a invisibilidade das pessoas com deficiência. Ela contou sobre seu irmão cadeirante e relatou as dificuldades enfrentadas por essa população nas periferias. Clara pediu por uma inclusão real em áreas como esportes, cultura e educação.

Outro importante tema discutido foi a crise ambiental. Mauro Cruz, um dos fundadores do MTD, criticou a falta de ação do governo em relação aos avisos sobre mudanças climáticas. Segundo ele, as comunidades que vivem em áreas de risco são as mais afetadas pelas catástrofes naturais, e são essas mesmas pessoas que se ajudam mutuamente quando o Estado falha em atuar.

Durante o evento, o MTD apresentou a “Jornada Nacional por Direitos 2025”, um conjunto de reivindicações estruturado em cinco eixos: trabalho digno, segurança alimentar, direito à moradia, combate à violência de gênero e inclusão de pessoas com deficiência. Entre as propostas, estão a implementação de leis estaduais já aprovadas e investimentos em cozinhas comunitárias e habitação popular.

A ausência de representantes do governo estadual e da prefeitura de Porto Alegre foi criticada pelos líderes do MTD, que consideraram essa falta de diálogo um sinal de desconexão das autoridades com as realidades enfrentadas pela população nas áreas mais carentes. Sandra Cristi, uma das líderes presentes, afirmou que a ausência do governo traduz negligência institucionalizada e um descaso com quem luta para sobreviver.

O deputado Leonel Radde, que organizou a audiência, comprometeu-se a interceder junto à Casa Civil para que as reivindicações do MTD sejam oficialmente consideradas. Ele ressaltou a importância de um governo que leve a sério as demandas das periferias e reconheceu o MTD como um exemplo de organização popular que continua firme em sua luta.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo