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Desafios à influência americana durante o segundo mandato de Trump

O poder global é a capacidade que um país tem de influenciar o que acontece no mundo. Esse conceito se amplia para além da força militar e inclui fatores econômicos, políticos, tecnológicos e culturais. Um país que exerce poder global não só se impõe pelas armas, mas também consegue criar consensos, estabelecer normas e determinar direções em questões internacionais importantes.

A globalização aumentou a complexidade desse poder. Hoje, as nações estão mais interligadas do que nunca. Assim, influenciar o cenário global não se dá apenas pela força direta, mas também através de liderança simbólica, participações em redes internacionais e negociações em fóruns multilaterais.

Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se firmaram como a principal potência global. A assinatura do acordo de Bretton Woods, que reorganizou o comércio internacional e estabeleceu o dólar como moeda de referência, foi um marco nesse processo. A influência americana se espalhou por meio de alianças militares, instituições financeiras internacionais, inovações tecnológicas e o chamado “poder brando”, que exporta valores culturais e ideológicos para o mundo.

No entanto, nas primeiras décadas do século 21, o cenário global começou a mudar, com o surgimento de novas potências e uma crescente contestação à ordem internacional estabelecida. O poder global passou a ser disputado em diferentes frentes, exigindo que os países não apenas tivessem recursos, mas também habilidades diplomáticas e respeitabilidade internacional.

Com a posse de Donald Trump em 2025 para seu segundo mandato, a influência dos Estados Unidos começou a ser afetada de forma significativa. O foco na agenda “America First” e a implementação de tarifas sobre produtos de vários países resultaram em uma postura mais isolacionista. Isso significou um afastamento das organizações internacionais e de acordos globais.

Esse movimento fez com que a tradicional influência dos EUA fosse questionada. A teoria de que a hegemonia dos Estados Unidos poderia garantir estabilidade global passou a ser vista com ceticismo. Além disso, o fortalecimento da China e o crescimento de novos blocos regionais mostram que o poder global pode existir sem uma única potência dominadora.

Na área econômica, iniciativas protecionistas e a renegociação de acordos com foco unicamente nos interesses americanos têm provocado tensões até mesmo com aliados históricos. Isso gerou incertezas nas relações comerciais, afetando o mercado e as empresas que dependem de previsibilidade nas transações internacionais.

A mudança na postura dos EUA, que parece priorizar seus interesses imediatos em detrimento da ordem global, pode comprometer sua influência a longo prazo. A administração de Trump, ao adotar políticas de confronto em vez de cooperação e liderança, corre o risco de diminuir seu status de potência central em decisões internacionais.

Para manter o poder global, um país precisa de mais do que força militar ou uma grande economia. É essencial ter credibilidade, coerência e responsabilidade em suas ações. Se os Estados Unidos se afastarem desses princípios, podem acelerar a redistribuição do poder no mundo e abrir espaço para uma nova configuração geopolítica, onde sua influência não será mais garantida.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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