Condenação de Marcão do Povo por injúria racial contra Ludmilla é restabelecida pelo STJ: o que isso significa?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu restaurar a condenação do apresentador Marcão do Povo por injúria racial contra a cantora Ludmilla. A 5ª Turma do tribunal aprovou, por unanimidade, o recurso da defesa de Ludmilla, revertendo uma decisão anterior da ministra Daniela Teixeira que havia anulado a condenação.
Com essa nova decisão, a pena de um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, juntamente com uma indenização de R$ 30 mil, voltam a valer. O caso remonta a 2016, quando Marcão do Povo ofendeu Ludmilla ao chamá-la de “pobre e macaca” durante a transmissão do programa “Balanço Geral DF”, da TV Record.
Felipe Rei, advogado de Ludmilla e sócio do escritório Vieites Mizrahi Rei Advogados, destacou a importância dessa decisão. Ele afirmou que a medida representa um avanço significativo na luta contra o racismo no Brasil. Segundo ele, essa vitória é relevante não apenas para Ludmilla, mas para toda a população negra, que diariamente enfrenta discriminações, muitas vezes justificadas como opinião ou liberdade de expressão. Rei ressaltou que essa decisão mostra que as instituições estão atentas e dispostas a agir contra práticas racistas.
Ludmilla também se manifestou sobre a decisão em suas redes sociais. Em um comunicado, ela relembrou o episódio de 2017, quando foi ofendida ao vivo na televisão. A cantora expressou sua satisfação com a justiça sendo feita e afirmou que, mesmo que essa vitória não apague a dor que sofreu, ela reforça que racismo é crime e deve ter consequências. Ela agradeceu ao sistema judiciário pelo apoio em sua luta.
A volta da condenação de Marcão do Povo é vista como um passo importante na busca por justiça e igualdade, evidenciando a necessidade de combate ao racismo na sociedade brasileira.
