Gasolina deve subir apesar da queda do petróleo, diz Fipe Carros

Apesar da queda nos preços do petróleo nos últimos meses e alguns sinais de recuperação na economia, a realidade é que os brasileiros vão encarar um aumento nos combustíveis em 2026. E isso não é por conta do custo de produção, mas de uma jogada dos governos estaduais que resolveram mexer nos impostos para aumentar a arrecadação. Se você é motorista, já sente de perto essa pressão no bolso, não é?
De acordo com o Boletim de Preços dos Combustíveis nº 28, as distribuidoras e postos estão registrando lucros em alta. O que dificulta a passagem dessa baixa nos preços para o consumidor final. É como se, mesmo com as refinarias reajustando os preços para baixo, ainda houvesse esse “atraso” na bomba, deixando muita gente desconfiada.
Em janeiro, a coisa vai mudar: o ICMS sobre a gasolina e o etanol vai subir de R$ 1,47 para R$ 1,57 por litro. O diesel também vai sentir a mudança, passando de R$ 1,12 para R$ 1,17, e o gás de cozinha subindo de R$ 1,39 para R$ 1,47 por quilo, tudo isso oficializado no Diário Oficial da União em setembro. E quem já pegou estrada sabe que a gasolina não vai ficar mais barata tão cedo.
Para os especialistas, essa alta nos combustíveis é parte de uma estratégia de arrecadação dos estados. O economista Igor Lucena explica isso de forma direta: com o petróleo barato e o dólar estabilizado, como é que os preços vão subir? A impressão que dá é que estamos falando mais de uma medida para aumentar a renda do governo do que uma reflexão sobre os reais custos de produção.
E aqui vai um ponto crucial: mesmo com a gasolina nas refinarias registrando uma queda nos preços, o consumidor continua pagando caro. A margem bruta das distribuidoras aumentou, passando de 15,5% para 20,9%, enquanto o custo da gasolina caiu de R$ 2,30 para R$ 1,80 por litro. Ou seja, a diferença fica na mão deles, e os estados acabam ficando com uma boa fatia do bolo.
Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que estão numa situação difícil financeiramente, dependem do ICMS para equilibrar suas contas e pagar dívidas antigas. E cá entre nós, tributos sobre combustíveis são uma solução fácil para o governo, já que são cobrados de maneira uniforme e impactam diretamente aqueles que menos têm.
E não para por aí: a situação do diesel e do gás de cozinha é parecida. Enquanto a margem do diesel subiu ligeiramente, o lucro das distribuidoras de gás é assustador, chegando a quase metade do preço do botijão. Isso mostra como somos cobrados de forma pesada, mesmo quando os preços internacionais estão lá embaixo.
Se a situação global piorar, como os conflitos no Oriente Médio, isso pode complicar as coisas ainda mais. Qualquer alta no preço do petróleo, somada a impostos mais altos, pressiona o consumidor. Especialistas têm notado que, apesar das quedas nas refinarias, as distribuidoras aproveitam para faturar ainda mais.
Quem dirige muito sabe que esses altos e baixos nos preços do combustível são uma constante e que, ao final do dia, o que conta mesmo é o quanto precisamos desembolsar para encher o tanque antes daquela viagem de fim de semana ou mesmo para o dia a dia na cidade.