Defesa destaca nova reviravolta no assassinato de pecuarista na fronteira

Advogados de Orlando Vendramini Alegam Falta de Provas e Questões Sobre Prisão
O assassinato do produtor rural Valdereis Rodrigues de França, ocorrido em 5 de novembro do ano passado na cidade de Sete Quedas, levanta novas questões após 106 dias de prisão de Orlando Vendramini Neto, 64 anos. Ele, ex-presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas, é acusado de ser o mandante do crime, mas sua defesa garante que não há provas concretas contra ele.
Durante uma coletiva na sexta-feira, os advogados de Orlando apresentaram novas informações que podem alterar o rumo do processo. Eles criticam a lentidão da Justiça e afirmam que a prisão de Orlando, que ocorreu no Paraguai em 22 de janeiro, foi sem evidências sólidas.
Um ponto central da defesa é relacionado à morte de Denis Garcete, uma testemunha que fez acusações contra Orlando. Denis foi assassinado em um ataque que envolveu membros da família de Valdereis, gerando suspeitas sobre as motivações e a veracidade das alegações que incriminavam Orlando. Garcia havia dito que Orlando teria contratado assassinos para executar Valdereis, mas agora, com a morte de Denis, a defesa sugere que a história de Orlando como mandante começa a desmoronar.
A defesa também ressalta que a arma utilizada no assassinato não coincide com aquelas que estariam registradas em nome de Orlando, além de que a moto utilizada pelos autores do crime era de fácil acesso, podendo ter sido usada por qualquer um. Eles questionam ainda a falta de provas da suposta dívida de Orlando com Valdereis, que teria sido uma das motivações para o crime.
Enquanto isso, Orlando está detido no Centro de Triagem em Campo Grande. Seu processo está concluso há um mês e, pelo fato de ele ser réu preso, a defesa espera que medidas sejam tomadas rapidamente. O tempo de detenção sem resolução é considerado excessivo, principalmente por Orlando se declarar inocente.
Após ser preso no Paraguai, agentes da Senad, a Secretaria Nacional Antidrogas do país, também apreenderam bens de Orlando, levantando acusações de que cerca de 30 mil dólares foram subtraídos de suas contas. Um funcionário da Senad foi detido sob suspeita de desvio dos valores.
O caso segue em andamento e a defesa de Orlando aguarda que novas investigações sejam conduzidas para esclarecer os pontos obscuros que ainda cercam o assassinato de Valdereis.