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Jeep Compass 2027 muda tudo lá fora, mas o Brasil vai seguir outro caminho!

Sabe aquela sensação de ver um carro incrível sendo lançado lá fora e descobrir que ele não vem para o Brasil? Pois é exatamente isso que vai acontecer com o Jeep Compass 2027.

A nova geração apresentada na Europa é maior, mais moderna e até 100% elétrica, mas nada disso chegará por aqui. O modelo europeu foi desenvolvido com foco exclusivo para aquele mercado, enquanto o Brasil terá uma versão completamente diferente, ainda baseada na plataforma atual.

O novo Compass europeu usa a base STLA Medium, que já dá vida a SUVs como o Peugeot 3008 e o Citroën C5 Aircross. Isso trouxe grandes mudanças. Ele ficou 15 cm mais comprido e 12 cm mais largo, totalizando 4,55 metros de comprimento e 1,92 metro de largura. O entre-eixos saltou para 2,79 metros e o porta-malas cresceu para generosos 550 litros — um salto em relação aos 410 litros do Compass atual vendido no Brasil.

Com esse novo porte, o Jeep Compass europeu deixou de disputar com modelos como o Toyota Corolla Cross e o VW Taos. Agora, mira em SUVs maiores como o BYD Song Plus e o GWM Haval H6. Seria uma bela adição ao nosso mercado? Sem dúvida. Mas não é isso que vai acontecer.

No Brasil, a Jeep vai seguir outro caminho. A nova geração nacional do Compass continuará usando a plataforma Small Wide 4×4, a mesma da Fiat Toro. Isso acontece por dois motivos: custo e compatibilidade com o sistema de tração 4×4 com eixo cardan — algo que a plataforma europeia não comporta. A Stellantis quer manter essa capacidade off-road em seus modelos fabricados aqui, o que torna a mudança inviável por enquanto.

O Jeep Compass europeu também dá um salto em eletrificação. Terá versões híbridas leves de 48V com até 145 cv, híbridas plug-in de 195 cv e até três versões 100% elétricas. A topo de linha entrega impressionantes 375 cv com tração integral e autonomia de até 500 km. Com isso, o modelo supera o Compass Blackhawk nacional, que até então era o mais potente da história com 272 cv.

Por aqui, os motores continuarão a ser o 1.3 turbo flex e o 2.0 turbo flex, além de novas versões híbridas HEV e PHEV adaptadas à nossa plataforma. Essa decisão mantém os custos mais baixos e aproveita melhor a estrutura já existente na fábrica de Goiana (PE).

Visualmente, o Compass europeu também evoluiu. Ganhou linhas mais horizontais, inspiração no Grand Cherokee e detalhes como lanternas em X, teto preto e um interior totalmente novo, com painel horizontalizado, central multimídia herdada da Peugeot e comandos atualizados. Ainda assim, o Compass nacional deve seguir boa parte dessa identidade visual, mesmo sem mudar de base.

A Stellantis já deixou claro que sua prioridade agora é integrar a produção em Betim com a plataforma STLA Small, usada em modelos compactos como o novo 208 e o futuro Pulse. Por isso, o foco está longe de ser uma mudança para a STLA Medium no Brasil. E mesmo com a promessa de uma nova geração do Compass por aqui, ela será moldada com base nas nossas necessidades, mantendo tração 4×4 robusta e visual atualizado — mas sem eletrificação total.

Ou seja, por mais que o novo Jeep Compass europeu tenha impressionado com suas dimensões, desempenho e tecnologia, o consumidor brasileiro vai receber um modelo diferente, mais adaptado à nossa realidade, ainda que com a mesma cara global.

E você, o que achou dessa decisão da Jeep? Já imaginava que o Brasil seguiria por outro caminho?

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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